Qual será meu propósito? Ler! | Paulus Editora

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Educação e Literatura

18/03/2014

Qual será meu propósito? Ler!

Por Alexandre Carvalho

Embora estejamos em março, podemos considerar, sim, que estamos no começo do ano. Como no Brasil, há pessoas que insistem em afirmar que a vida só começa depois do carnaval, ainda há tempo para definir (e assumir) alguns bons propósitos, não é verdade? Dentre esses propósitos por que não uma aproximação consciente e comprometida com a literatura? De modo superficial, ouvimos que ler é chato, cansativo e perda de tempo. Esse tipo de pensamento é bastante equivocado, mas não podemos negar que é fruto de algumas realidades bem concretas e, muitas vezes, difíceis. Por exemplo, quem tem dificuldade para se concentrar e, de fato, não acompanha o que está lendo, não verá na leitura que faz uma fonte de prazer ou encantamento. Quem possui um repertório vocabular restrito também vai enfrentar dificuldades ao se aproximar de um texto literário (ou outro); quem não se disciplinou para se aproximar de um livro, a mais leve brisa vai fazê-lo abandonar o que há poucos minutos era o mais sério dos propósitos.

Não é novidade que as novas gerações são mais visuais e imagéticas; elas também têm grande facilidade para realizar diferentes tarefas ao mesmo tempo; contudo, há situações em que isso se torna inviável (ou não muito produtivo). Ler ou escrever, por exemplo, um MSN é bem diferente do empenho requerido quando se solicita a produção de uma redação. Aqui, se consideramos redação de modo genérico já teremos problemas, quanto mais se o tipo de redação for definido. Há relação direta – de mão dupla, se preferirmos – entre a desenvoltura e segurança no escrever o hábito da leitura. Quanto mais lemos, mais apropriadamente escreveremos e compreenderemos aquilo que lemos.

Muitas vezes a dificuldade de ler ou mesmo a repulsa pela leitura estão associadas a traumas e bloqueios em nosso processo de letramento e aprendizagem. Um professor muito exigente, pais severos ou mesmo a presença provocadora de alguns colegas podem ter afastado algumas (ou muitas) pessoas dos livros como fonte de prazer. Contudo, realidades difíceis e traumáticas podem ser superadas se houver esforço e empenho. Sem contar que a aproximação da boa literatura, além de segura fonte de prazer, é fonte de conhecimento e enriquecimento pessoal. Quem lê se conecta melhor com o mundo; quem lê dificilmente fica isolada numa roda de pessoas (mesmo desconhecidas); quem lê estabelece ligações pertinentes e sutis com a realidade circundante.

Enfim, como sempre é tempo, que tal assumirmos o compromisso de nos aventurarmos pelo mundo da literatura e, com isso, incentivarmos aqueles que estão ao nosso redor. Que tal uma visitinha à biblioteca mais próxima da nossa casa ou àquela livraria que ensaiamos tantas vezes entrar e ainda não o fizemos.

1 comentário

19/6/2014

Lúcio Pereira Brito

Gostei muito de seu texto. Parabéns!