62. Carta aos Efésios | Paulus Editora

Colunistas

Bíblia

15/04/2024

62. Carta aos Efésios

Por Nilo Luza

Capital da Ásia e sede de um porto enorme, Éfeso era grande cidade portuária situada na costa da Ásia Menor. A cidade de Éfeso já era antiga no tempo em que Paulo a visitou. Em 133 a.C., foi incorporada ao Império Romano e se tornou parte da província da Ásia. Era capital da província romana da Ásia. Neste período de domínio romano, teve grande prosperidade e chegou a atingir em torno de meio milhão de habitantes. Situada no caminho das rotas comerciais, conquistou importância na questão política, no poder econômico e na liderança religiosa (com sua deusa Ártemis). Seu solo fértil favoreceu à agricultura e à pecuária. No 3º século depois de Cristo, a cidade começou sua decadência e, em 263 d.C., os godos conquistaram a cidade e a arrasaram, nunca mais se recuperou.

Os efésios adoravam uma deusa asiática chamada Diana ou Ártemis. Seu templo era considerado uma das grandes maravilhas do mundo antigo. Muitos judeus, habitantes de Éfeso, foram influenciados pelo cristianismo. Timóteo era líder da igreja de Éfeso, fundada por Paulo. Paulo se opôs aos efésios que vendiam e adoravam as imagens de Diana ou praticavam magias. Paulo visitou a cidade no final de sua segunda viagem missionária e outra vez durante a terceira viagem, quando ficou quase três anos.  Segundo a tradição, o apóstolo João teria vivido seus últimos anos em Éfeso. Alguns concílios importantes ocorreram em Éfeso.

A Carta aos Efésios é considera deuteropaulina, isto é, não teria sido escrita por Paulo, mas por um discípulo seu ou pela “Escola Paulina”. A data de sua redação seria em torno de 90 d.C. e foi entregue por Tíquico. É vista como uma “carta circular” para ser lida em várias igrejas de Éfeso. A Carta foi dirigida a todos os “santos e fieis em Jesus Cristo” (Ef 1,1). O objetivo é confirmar a união dos cristãos em Cristo. As quatro cartas – Filipenses, Colossenses, Filemon e Efésios – são chamadas “cartas do cativeiro” porque foram supostamente escritas durante a prisão de Paulo.

Podemos dizer que a Carta aos Efésios é como que uma releitura da Carta aos Colossenses, esta serve como base para Efésios. Há muitas coincidências entre as duas, tanto teológicas, pastorais e literárias. A Carta aos Efésios pode ser dividida em duas partes: antecedidas por uma introdução e seguidas por uma conclusão.

Introdução (Ef 1,1-2): O remetente se identifica como sendo Paulo, com o título de apóstolo. Os destinatários são os santos e fieis em Cristo Jesus. Conclui com a graça e a paz.

1. O plano divino da salvação (Ef 1,3-3,21): Inicia com um hino que introduz o plano divino da salvação em Cristo. Em seguida, passa à realização desse plano. Tanto os judeus como os gentios, mortos no pecado, graças ao amor de Deus, agora são reconduzidos à vida e reconciliados com Cristo. Todos eles formam um só corpo. A revelação do plano divino significa que o projeto de Deus visa salvar toda a humanidade. Conclui esta parte com uma oração e uma doxologia que propõe viver o amor segundo o modelo de Cristo.

2. O caminho do cristão (Ef 4,1-6,20): Desenvolve a importância da unidade da Igreja, comparada a um corpo único, tendo Cristo como cabeça, formando a nova humanidade. A seguir passa a aplicações particulares: moralidade individual: abandonar a mentira, tornando-se imitadores de Cristo (Ef 4,25-5,5); relações sociais: abandonar as trevas e ser luz no Senhor, viver como sábios (Ef 5,6-20); moralidade doméstica: respeito mútuo entre marido e mulher (Ef 5,21-6,9); por fim, o combate espiritual: a vida cristã é um combate e precisa revestir-se da couraça de Cristo (Ef 6,10-20).

Conclusão (Ef 6,21-24): São as saudações finais: menciona Tíquico, irmão amado e servo do Senhor, portador da Carta e das notícias. Conclui, dizendo: “A graça esteja com todos os que amam com amor eterno a nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef 6,24).

nenhum comentário