Pentateuco 5. Gênesis – 3 | Paulus Editora

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04/05/2016

Pentateuco 5. Gênesis – 3

Por Nilo Luza

Continuamos com o livro do Gênesis, o primeiro em nossa Bíblia. No último artigo vimos os 11 primeiros capítulos que falam da criação e dos tropeços da humanidade. Neste artigo nos deteremos sobre os capítulos 12 a 36, que nos falam sobre as raízes do povo de Deus. Em outras palavras, tratam dos patriarcas e matriarcas das tribos de Israel. Essa parte pode ser dividida em duas: capítulos 12 a 25 e capítulos 26 a 36.

A primeira pare (12-25) trata do ciclo de Abraão e seus descendentes das tradições do sul: Abraão, Sara e Agar; Isaac e Ismael. A história dos patriarcas e matriarcas não deve ser vista como referência a nomes particulares, antes é uma narrativa sobre famílias, clãs e tribos. Por trás das personagens individuais temos grupos de famílias. São grupos de seminômades em busca de terra e que professam a fé no “Deus dos pais”. Deus não preso a um santuário, mas um Deus itinerante que acompanha os movimentos das famílias.

Com Abraão começa a história do povo de Deus. Ele é o pai na fé das três religiões monoteístas (crença na existência de um só Deus): judaísmo, cristianismo e islamismo. O início da história de Abraão é incerta, as opiniões variam entre 1850 a 1500 AC. A fé de Abraão consiste em dar um salto no escuro: deixar as seguranças e ir para uma terra desconhecida. Na época, o sonho de um seminômade era buscar uma terra para os rebanhos e deixar descendência para perpetuar o nome da família.

A segunda parte (26-36) refere-se ao ciclo de Jacó e que engloba os patriarcas e matriarcas das tradições do norte: Jacó, Lia e Raquel, e Esaú. A maior parte desses capítulos se refere a Jacó. Nele as tribos encontram as suas raízes e dele nasce o povo de Israel. A região montanhosa do norte (Betel e Siquém) era política e economicamente mais forte e importante que as tribos do sul.

A história de Esaú e Jacó é marcada, desde o início, por conflitos. Jacó, ao nasceu, segurou o calcanhar do irmão gêmeo. Esaú, o primeiro a nascer, vendeu seu direito de primogênito a Jacó. Mais tarde, Jacó, aliado com sua mãe Rebeca, consegue enganar seu pai, Isaac, recebendo a bênção que pertencia ao filho mais velho, Esaú. Jacó paga caro por sua trapaça: foge do irmão, é explorado por Labão, ao desejar a filha Raquel para casar.

Esaú e Jacó formam dois povos distintos: os descendentes de Esaú são os grupos que se fixaram no sul de Canaã, formando um Estado à parte, chamado reino de Edom (edomitas). Os descendentes de Jacó são as doze tribos que formaram a confederação do povo de Israel. Embora considerados irmãos, esses dois povos não conseguiram conviver pacificamente.

1 comentário

17/7/2017

marcos antonio perira

TEXTO MUITO BOM