Os jovens estão lendo | Paulus Editora

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Educação e Literatura

11/09/2014

Os jovens estão lendo

Por Alexandre Carvalho

Entre os dias 23 e 31 de agosto desse ano, na cidade de São Paulo, aconteceu a 23ª Bienal Internacional do Livro. Muitas coisas poderiam (e podem) ser ditas desse evento e, nessa postagem, gostaria de dar minha contribuição.

A Bienal do Livro é, como o próprio nome diz, um momento grandioso para o livro; ele (o livro) é o grande homenageado e alvo de todas as atenções e não poderia ser diferente.

Livros de todos os segmentos, formatos, espessuras e cores; livros para todos os gostos e bolsos. Dentre as muitas obras apresentadas, sem dúvida, merece destaque os romances e, nesse caso, falamos aqui de literatura. Um olhar mais atento, porém, revela que não simplesmente romance, mas textos que se prolongam de forma seriada com, ao menos, três títulos. As temáticas em destaque tocam o universo feminino, a fantasia e o fantástico. Em palavras simples: o protagonismo e a emancipação da jovem mulher que precisa encontrar seu lugar no mundo; a construção de uma nova sociedade que seja justa e igualitária; e a consolidação de um mundo novo que seja refugio e garantia de bem-estar. Leitores desses textos? Adolescente e jovens!

Muitos jovens frequentaram a Bienal e, da mesma forma que gritariam e buscariam o autógrafo de seu cantor ou ator preferido, eles gritaram e foram em busca do autógrafo de seus escritores favoritos. Isso foi simplesmente fantástico.

Minimamente poderíamos dizer que os jovens estão lendo.

Em meio a esse turbilhão, gostaria de destacar duas presenças femininas que arrastaram, literalmente, multidões à Bienal: Cassandra Clare e Bruna Vieira. A primeira, escritora norte-americana que ganhou destaque no Brasil com a série Os instrumentos Mortais que conta até agora com seis volumes publicados; a segunda, Bruna Vieira, brasileira, tem um legião de fãs, em geral, adolescentes que, enlouquecidas, devoram seus livros que lembram muito a estrutura de um blog.

O conteúdo das publicações dessas autoras (e outras publicações) pode ser questionado? Claro que sim. Contudo, como dito antes, os adolescentes e jovens estão lendo e avidamente.

Essa constatação pode nos indicar que a literatura é ainda – e que bom – atrativa e valorosa e que, havendo condições, e identificação, o jovem lê.

Muito provavelmente esse seja o primeiro passo de um longo caminho se levamos em conta que esse jovem vai se tornar um adulto leitor e que o perfil do texto que ele consume vai mudar e se tornar mais consistente. Por outro lado, bem sabemos que literatura é entretenimento e, desse modo, parece que os jovens estão se divertindo (e muito).

A morte anunciada do livro físico por causa do advento dos muitos e variados aparatos eletrônicos parece adiada. A Bienal do Livro de São Paulo que o diga.

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