14 de abril – QUINTA-FEIRA – MISSA DA CEIA DO SENHOR | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
14 de abril – QUINTA-FEIRA – MISSA DA CEIA DO SENHOR

UMA CEIA MUITO ESPECIAL

Jesus sabe que chegou sua hora de passar deste mundo para junto do Pai. Hora do adeus, que ele vive intensamente, movido por um amor extremo: “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”. Jesus poderia ter feito inflamado discurso sobre a importância do lava-pés; não o fez. Prefere tomar uma atitude inesperada: lava os pés dos discípulos. Exerce a função reservada aos domésticos ou aos escravos. Naturalmente, o gesto causa estranheza no grupo e provoca a reação de Pedro: “Tu não vais lavar os meus pés, nunca”. Os discípulos não estão em condições de captar o real significado desse ato, mais tarde haverão de compreendê-lo. Então Jesus prossegue; e arremata: “Se eu lavei os pés de vocês, eu que sou o Senhor e o Mestre, vocês também devem lavar os pés uns dos outros”.

A refeição, que poderia transcorrer em clima de paz, esbarra num contratempo grave. Um dos apóstolos – Judas, o traidor – retira-se da sala, afasta-se do convívio familiar e mergulha nas trevas: “Era noite” (Jo 13,30). Os demais do grupo experimentam grandes emoções, que vão da euforia à tristeza, da curiosidade ao assombro.

Última ceia de Jesus com seus discípulos. Hora do amor sem medida, que se traduz em serviço aos outros. Serviço generoso, sem nada esperar em troca. Assim é o amor cristão. O amor verdadeiro não se contenta com oferecer coisas, mas dá a própria vida: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor expõe a sua vida pelas ovelhas” (Jo 10,11). É nesse ambiente de entrega total que Jesus institui a Eucaristia. Do pão faz seu corpo; do vinho faz seu sangue. Então, a Última Ceia não é um teatro para entreter os discípulos ou acalmar-lhes o espírito. É corpo entregue e sangue derramado. Vida doada pela vida do mundo: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá para sempre. E o pão que eu vou dar é a minha carne, para que o mundo tenha a vida” (Jo 6,51).

Com a ceia da Nova Aliança, Jesus confia a seus apóstolos, e a nós, o testamento espiritual mais importante de sua vida: sua morte pela redenção da humanidade, sua incessante e eficaz presença entre nós, estímulo para a fraternidade, ousadia para denunciar as injustiças e incentivo para evangelizar o mundo inteiro.

Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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