17 de abril – DOMINGO DA PÁSCOA | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
17 de abril – DOMINGO DA PÁSCOA

O SENHOR RESSUSCITOU!

Hoje, toda a Igreja se alegra e celebra jubilosa a Ressurreição de Jesus. A cruz não teve a última palavra. Deus, a quem Jesus chamava de pai – e ensinou seus discípulos a fazer o mesmo –, não o abandonou sob o poder da morte. O Pai o resgatou, dando prova de que tudo aquilo proclamado e vivido no seu ministério de pregador itinerante era digno de fé.

Celebrada todos os anos, a solenidade da Páscoa jamais perde seu brilho e sua novidade. Não somente por ser o centro e o coração de todo o ano litúrgico, mas também por ser uma realidade presente, de modo bastante concreto, em nossa existência. Toda a nossa vida é marcada pela tensão entre o que somos e aquilo que podemos vir a ser. Todos temos consciência das realidades de morte que trazemos, e todos nutrimos o desejo de transformá-las em vida. Acreditamos que qualquer situação, por mais dramática que possa parecer, pode ser transformada. A Ressurreição de Jesus é, a cada ano, impulso para a nossa própria ressurreição.

No entanto, não podemos reduzir o mistério da ressurreição a uma reflexão de cunho meramente espiritual. É o centro da nossa fé. Não fosse ela, nossa fé seria vazia e sem sentido. Embora não seja narrada detalhadamente nos Evangelhos, a ressurreição é tida como o fundamento da fé dos primeiros discípulos e impulso para o anúncio da Boa-nova de Jesus.

O evangelista João narra a descoberta do túmulo vazio por Maria Madalena e a confirmação por parte de dois dos apóstolos: Pedro, o líder, e o discípulo amado. Cada um desses personagens é muito importante. Maria anuncia somente a ausência do corpo de Jesus no sepulcro (ainda não havia feito a experiência do Ressuscitado). Pedro vê os lençóis e o pano que envolvia a cabeça do Mestre, mas não vai além dessa constatação. O discípulo amado, movido pelo amor, vê e crê, tornando-se assim o primeiro a crer. Podemos dizer, dessa forma, que nossa fé consiste em um ato livre de adesão a partir daquilo que “vemos”, mas sem amor não conseguimos chegar à fé verdadeira.

O discípulo amado é capaz de reconhecer uma nova realidade na ausência. Trata-se de realidade que supera a nossa compreensão e, talvez justamente por isso, inunda de sentido a nossa vida. Este dia de Páscoa nos convida a nos abrirmos à realidade nova e fascinante inaugurada pela ressurreição de Cristo e a nos deixarmos transfigurar por ela!

Manoel Gomes, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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