03 de abril – 5º DOMINGO DA QUARESMA | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
03 de abril – 5º DOMINGO DA QUARESMA

MISERICÓRDIA: O NOVO ESTILO DE VIDA PROPOSTO POR JESUS

Quem viaja até determinado destino precisa ficar continuamente atento, porque o importante não é apenas o caminho já percorrido, mas também o que falta percorrer. Esse caminho nos pede uma atitude: reconhecermo-nos como caminhantes. Temos percorrido o caminho quaresmal e agora, próximos da Semana Santa e da Páscoa da Ressurreição, somos chamados a reconhecer nossa condição de pecadores. Essa foi a lição ministrada aos mestres da Lei e aos fariseus no episódio da mulher adúltera, lição dirigida também a nós hoje. Eles utilizaram a estratégia de atingir Jesus no que achavam ser seu “ponto fraco” para fazê-lo cair numa armadilha, mas o fato é que o amor do Senhor pelos pecadores e excluídos era, na verdade, seu ponto mais forte.

A mulher surpreendida em adultério serve de isca para pôr à prova Jesus, que era ciente da pena prevista para o referido crime: apedrejamento. Diante da multidão impaciente por fazer justiça à Lei de Moisés, Jesus fica em silêncio e evita a humilhação da mulher. Silêncio que desmascara a hipocrisia dos mestres da Lei e que, sobretudo, traz cada acusador de volta à verdade da própria vida. Eles, porém, cegos pelo legalismo, não entendem os escritos nem o silêncio de Jesus, que mostra que a pessoa humana está acima de qualquer lei.

A Quaresma convida-nos a pôr um freio nas pedras de nossos pensamentos, ações e palavras, a entrar em nós mesmos e nos descobrirmos tão pecadores quanto os outros. É tempo de nos abrirmos à esperança, porque Deus não quer a morte do pecador, e sim que se converta e viva (Ez 18,23.32). O próprio Jesus não veio para julgar (Jo 3,17). Ninguém está longe demais para Deus nem está perdido para ele, desde que o arrependimento seja sincero. A medida de Jesus é o amor, não a prática escrupulosa da Lei, como queriam os mestres.

A salvação, dom de Deus, depende da fé em Jesus e de uma vida de conversão, a qual supõe nos deixarmos tocar pela misericórdia divina. Depois de ter protegido a mulher (representante da humanidade libertada dos grilhões do pecado) e ter lhe restituído a dignidade da vida, Jesus dá – a ela e a nós – uma ordem de missão: “Podem ir…” (v. 11). Trata-se do convite a caminhar rumo à nova vida que a Páscoa traz. O que Paulo, na segunda leitura, diz em outras palavras: “esquecendo o que fica para trás, eu me lanço para o que está na frente. Corro direto para a meta, rumo ao prêmio que, do alto, Deus me chama a receber em Jesus Cristo” (Fl 3,13b-14).

Christian Dino Batsi, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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