27 de março – 4º DOMINGO DA QUARESMA | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
27 de março – 4º DOMINGO DA QUARESMA

BOM E MISERICORDIOSO COMO O PAI CELESTE

Um relato desconcertante, capaz de deixar atordoados os ouvintes de Jesus. E a nós também. Trata-se da parábola do pai misericordioso. Com efeito, essa narração, que brotou como fogo abrasador dos lábios do Mestre, foge dos roteiros previsíveis, destoa das historinhas edificantes, escritas ou declamadas para comover e arrancar lágrimas. Ela mostra uma atitude inesperada do pai do caçula que abandonou a casa paterna.

O mais normal é pensar que o pai do filho rebelde o receberia de cara fechada, pronto para despejar sobre ele um montão de ofensas ou lições de moral. Não é o que acontece. O pai, nessa parábola, pega-nos de surpresa e então compreendemos que Jesus nos fala do Pai celeste, “bom para com todos, compassivo com todas as suas criaturas” (Sl 145,9).

Dessa inspirada página do Evangelho, salientamos dois aspectos: 1o) À semelhança do Pai, Jesus vem para nos salvar, e não para condenar. Que atitudes nos cabe assumir para recuperar o irmão ou a irmã que se afastou de Deus, por motivos que às vezes desconhecemos? O que faria Jesus em nosso lugar? 2o) Receber de volta o irmão ou a irmã que errou é difícil, mas nos aproxima do Deus misericordioso. Rejeitar, censurar, desprezar e condenar são comportamentos frequentes entre os seres humanos; frequentes, mas não cristãos. Pois o discípulo do Reino é chamado a ser bom e misericordioso como o Pai celeste. Ou “amigo dos pecadores”, como Jesus (cf. Lc 7,34).

Assim agindo, nossa comunicação será o eco fiel das palavras de Cristo, que tem “palavras de vida eterna” (Jo 6,68). Nossas atitudes, então, reproduzirão o jeito de Jesus tratar as pessoas. Afinal, “o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido” (Lc 19,10). Para esse contexto, orientação segura e animadora é a mensagem do papa Francisco às nossas famílias: “A verdade é que ‘a comunhão familiar só pode ser conservada e aperfeiçoada com grande espírito de sacrifício. Exige, de fato, de todos e de cada um, pronta e generosa disponibilidade à compreensão, à tolerância, ao perdão, à reconciliação. Nenhuma família ignora como o egoísmo, o desacordo, as tensões, os conflitos agridem, de forma violenta e às vezes mortal, a comunhão’” (A Alegria do Amor, n. 105).

Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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