TODOS PRECISAMOS NOS CONVERTER
No caminho quaresmal que deve nos conduzir à grande celebração da Páscoa do Senhor, o tema da conversão é bastante enfatizado. Todos precisamos nos converter sempre. Contudo a Igreja, em sua sabedoria, reserva um tempo específico para nos dedicarmos a essa reflexão, favorável à mudança de vida. O texto do Evangelho que ouvimos hoje nos ajuda nesse processo.
De saída, vemos pessoas levando algumas notícias trágicas a Jesus. Diante de tais acontecimentos, a atitude de Jesus é a de verdadeiro mestre: mostra aos seus discípulos a necessidade da conversão a partir da desgraça que se abateu sobre aqueles homens que tiveram um triste fim. Isso porque, como diz o próprio Senhor, eles não eram piores do que nenhum daqueles que o seguiam.
A expressão “se não vos converterdes” parece resumir bem aquilo que Jesus quer ensinar. Como diz São Paulo, “todos pecaram” (Rm 3,23) e, se todos pecaram, todos precisam de conversão. Para seguir a Cristo, portanto, faz-se necessário o desejo de conversão e o empenho em consegui-la. Não é fácil, evidentemente, mas é o único caminho.
A verdadeira conversão produz frutos. Na parábola narrada por Jesus, ouvimos a história de uma árvore infrutífera. Ora, se não produz frutos, é melhor que seja cortada. De fato, é assim que o seu dono pensa. Um empregado, porém, intercede em favor daquela figueira – que certamente ele viu crescer – e compromete-se a tentar ajudá-la a produzir os figos que seu patrão espera.
Chama-nos a atenção a paciência daquele servo diante da esterilidade da figueira. Também nós, quando não produzimos os frutos de conversão que deveríamos, podemos contar com a paciência de Deus. Não devemos – isso jamais! – aproveitar-nos disso para vivermos como se não precisássemos mudar de vida nem nos arrepender das escolhas erradas que fazemos.
Uma árvore não produz frutos para si mesma. Também nós somos chamados a viver uma vida de doação e entrega. O tempo da Quaresma é muito propício para nos ajudar nessa tarefa. Para isso, no entanto, é preciso que tomemos consciência de nossos erros, evitando a autorreferencialidade e buscando cotidianamente a conversão. Assim como se preocupou com o povo que vivia escravizado no Egito, o Deus de nossos pais continua a querer que sejamos responsavelmente livres e capazes de produzir frutos.
Manoel Gomes, ssp
O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.
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