28 de abril – 5º Domingo da Páscoa | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
28 de abril – 5º Domingo da Páscoa

SOMOS RAMOS E NÃO ÁRVORES

A linguagem do fruto é muito usual entre nós. Aprendemos desde cedo que nossas ações são como frutos que produzimos. Alguns desses frutos são bons e agradam a todos; outros, por sua vez, são amargos e ninguém os deseja. O que, muitas vezes, não nos perguntamos é o seguinte: o que faz que um fruto seja bom ou não? A resposta a essa pergunta pode ser algo que às vezes também não levamos em consideração: somos ramos e não árvores.

Os frutos que produzimos são, na verdade, da árvore da qual todos fazemos parte. Um ramo não pode produzir frutos se não estiver ligado ao tronco do qual provém a seiva que dá vida e gera os frutos no tempo esperado. O que determina a qualidade do fruto é a árvore, e não o ramo. Não existe uma árvore que, em alguns ramos, produza frutos doces e, em outros, azedos.

Nós que somos batizados e juntos formamos a comunidade dos seguidores e seguidoras de Jesus não temos dúvida quanto à árvore na qual estamos enxertados. Sabemos que os frutos que ela produz são sempre os melhores. O que pode acontecer é que em nós ela não consiga produzir frutos. Não porque lhe falte condições para isso, mas porque não estamos unidos a ela como deveríamos. Jesus é essa árvore, a verdadeira videira. Nós somos seus ramos e não produziremos bons frutos se não permanecermos unidos a ele.

Podemos nos perguntar em que medida nossas atitudes se parecem com as de Jesus, se nossas ações estão em sintonia com seu modo de viver. Muitas vezes alguém pode se declarar seguidor de Cristo, mas ter uma vida que não se assemelha em nada à sua; ter uma prática que não produz nenhum fruto de caridade, de alegria ou de paz; ser uma presença que não faz diferença para a vida das pessoas; não sentir a dor e a alegria do outro. Um modo de viver como esse estaria bastante separado de Cristo.

Cabe-nos buscar a união com Cristo em todos os momentos de nossa vida. Não podemos reduzir essa união a momentos isolados, como se a vida cotidiana não tivesse nenhuma ligação com eles. Trata-se de fortalecer essa relação, mas como? Três meios parecem essenciais: liturgia, meditação da Palavra e oração pessoal. Sem esses elementos, nossa vida se distancia cada vez mais de Jesus e de seu projeto.

Cada vez mais, precisamos nos deixar guiar. Esta talvez seja uma das grandes dificuldades: deixar-nos guiar. Somos muito ciosos de nossas decisões. No entanto, somos chamados a produzir os frutos que o Pai deseja. O que devemos fazer é permitir que a seiva passe através de nós e se transforme em frutos cheios de vida e de sabor.

Manoel Gomes Filho, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

Assinar