9 de junho – 10º Domingo do Tempo Comum | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
9 de junho – 10º Domingo do Tempo Comum

OS VERDADEIROS DISCÍPULOS E DISCÍPULAS DE JESUS

O ministério de Jesus causa incompreensão em sua própria família, mas a posição mais grave é a dos mestres da Lei que, deliberadamente, rejeitam a graça da salvação. O relato do Evangelho cresce gradualmente em intensidade, mostrando-nos a relação que Jesus estabelece com alguns personagens típicos. Somos convidados a nos perguntar com quais personagens ou grupos nos identificamos em nosso relacionamento com o Mestre. E a nós vai ser apresentada aquela que é modelo dos discípulos e discípulas do Senhor. 

Primeiramente, Jesus é posto em contraste com seus parentes de sangue, que manifestam não apenas incompreensão a respeito da sua pregação, mas também indignação com seu agir em benefício do povo simples, considerando-o causa de escândalo. “Ele está fora de si”: na perspectiva deles, Jesus está desmoralizando toda a família; por isso, é preciso antes desacreditá-lo (v. 20-21). 

Num segundo momento (v. 22-30), os protagonistas são os mestres da Lei vindos de Jerusalém, que encarnam a rejeição, total e diabólica, à ação libertadora de Jesus. Para eles, Jesus está possuído por um demônio poderoso, e por isso é que ele se revela capaz de expulsar outros demônios. Por meio de miniparábolas – da casa dividida e do homem forte –, Jesus mostra a insensatez dessa interpretação e denuncia a obstinada recusa deles em identificar os sinais e a ação de Deus, classificando-a como blasfêmia contra o Espírito Santo. Quem distorce a realidade a ponto de combater o bem, definindo-o como mal (cf. Is 5,20), comete um pecado que não tem perdão – a menos que haja conversão e reconhecimento de que Deus e seu Espírito é que agem naqueles que levam restauração da vida e da dignidade aos oprimidos. 

A terceira cena (v. 31-35), ao contrário, diz respeito àqueles que, no encontro com Jesus, são capazes de captar em profundidade a natureza extraordinária da sua pessoa, com uma consciência que não deriva dos laços de sangue, mas do cumprimento da vontade de Deus. A definição de família que emerge dessa cena chama nossa atenção: “Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (v. 35). 

Com efeito, Lucas indica, no episódio da anunciação, que Maria é aquela que, por excelência, escuta, acolhe e põe em prática a Palavra de Deus: “Eis aqui a serva do Senhor” (Lc 1,38a). Assim, ela, a Mãe de Jesus, aparece como o modelo de todo aquele que se propõe escutar e pôr em prática a vontade divina, como o modelo dos verdadeiros discípulos e discípulas de Jesus.

Christian Dino Batsi, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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