CORAGEM DE SER “PEDRAS VIVAS”
A liturgia deste domingo nos motiva a celebrar a festa da Dedicação da “mãe e cabeça” de todas as igrejas: a Basílica de São João de Latrão. Trata-se da primeira basílica a ser construída, depois do edito de Constantino, em 313, concedendo aos cristãos a liberdade de manifestação religiosa. Inicialmente, essa festa restringia-se a Roma; séculos depois, foi estendida para o mundo.
A Palavra de Deus selecionada para a liturgia recorda-nos que o templo de pedra simboliza a Igreja viva – a comunidade cristã, formada de “pedras vivas” –, cujo fundamento é Jesus Cristo, “pedra angular”.
O Evangelho (Jo 2,13-22) descreve Jesus, no templo, atuando com profecia. Por isso ele inquieta, ao provocar ruptura com a situação do local – que reúne cambistas, vendedores de bois, ovelhas e pombas (v. 14). A casa de oração havia se transformado num mercado. A atitude de purificação fez-se necessária.
A ousadia da iniciativa desencadeada por Jesus, no entanto, lhe trará consequências. Disso está ciente: “Destruí este templo, e eu o edificarei em três dias” (v. 19). Trata-se do primeiro anúncio da paixão, morte e ressurreição de Jesus feita pelo evangelista João. Alguns dirigentes ali presentes ironizam: “A construção deste templo demorou quarenta e seis anos, e tu o levantarás em três dias?” (v. 20). O templo de que Jesus falava era, contudo, o seu corpo (v. 21). Quando ele ressuscitou, os discípulos se lembraram disso (v. 22).
A passagem deste Evangelho nos convida a fazer de nossa existência um sinal do amor de Deus às pessoas, a começar das mais fragilizadas. Sendo testemunhas de Cristo vivo, seremos mensageiros de novos horizontes aos que anseiam por respeito à sua dignidade. Perante situações que ferem a dignidade das pessoas, somos chamados a agir. O papa Francisco advertia: “O cristão sem coragem, que não inclina as próprias forças para o bem, que não incomoda ninguém, é um cristão inútil”.
Culto que agrada a Deus é o que acontece na vida “em espírito e verdade” (Jo 4,23), e não o que se sustenta em atividades religiosas corrompidas.
Pe. Darci Luiz Marin, ssp

É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.
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