QUE JESUS ESTAMOS ANUNCIANDO?
Os discípulos de Emaús, tendo reconhecido Jesus ressuscitado na fração do pão, voltaram a Jerusalém, onde encontraram os “Onze” reunidos. Enquanto contavam a surpreendente experiência, Jesus apareceu no meio deles, oferecendo-lhes o dom da paz: “A paz esteja convosco”. Eles, porém, ainda desorientados com os últimos acontecimentos – a morte e o sepultamento de Jesus –, pensavam que aquele homem era um fantasma. Não acreditavam no que estavam vendo. Jesus então lançou mão de quatro atitudes que deveriam ser conhecidas dos discípulos.
Primeiramente diz “Sou eu mesmo”. No passado, mais de uma vez, seus discípulos tomaram contato com essa afirmação, sobretudo nos momentos de medo e de perigos. Quando Jesus dizia “Sou eu”, mostrava seu poder divino e trazia a solução para o problema, como quando encorajou os discípulos, que viram o Mestre caminhando sobre as águas e ficaram apavorados (Mt 14,27).
Em segundo lugar, mostrou-lhes as marcas da crucificação, indicando, desse modo, que ele era o mesmo que tinha sido pregado na cruz, morto e sepultado. Não era nenhum fantasma.
Depois, Jesus quis partilhar a refeição com eles. Ora, uma das coisas que ele mais valorizou durante sua vida pública foi alimentar-se em companhia de outras pessoas, em suas casas ou ao ar livre, como na ocasião em que deu de comer a uma imensa multidão faminta, repartindo em abundância pães e peixes para todos. Sua última refeição, antes da paixão e morte, foi desejada com intensidade e preparada com capricho. Tratava-se da ceia pascal, em que instituiu a Eucaristia (Lc 22,14-20).
Finalmente, Jesus lhes deu a missão: “Vós sereis testemunhas de tudo isso”, ou seja, de tudo o que ensinou e fez. Para isso lhes prometeu a “força do alto”, o Espírito Santo.
Somos hoje desafiados a dar testemunho de Jesus por toda parte e com todos os meios. Qual Jesus vamos comunicar? Somente o Jesus morto e sepultado ou o Jesus morto, sepultado e ressuscitado, que vive em nós e em nosso meio? Que Jesus estamos anunciando com nossa vida? O Jesus encerrado no passado ou o Jesus vivente, dinâmico e atuante em nossas comunidades?
Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp
O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.
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