Imagina-se que hoje, mais do que no passado, seja difícil educar. Contudo, cada tempo apresentou seus desafios a educadores e educandos, que souberam, ao final, superar limites e chegar a bons resultados.

É certo que hoje, mais do que ontem, estamos cercados de muitos aparatos tecnológicos e a Internet, por exemplo, possibilita a navegação em muitos e variados mares. As novas gerações já nascem muito familiarizadas com o elemento digital, com a rapidez do processamento da informação e com a abundância de imagens. De modo muito concreto, esses elementos passam a integrar a vida do ser humano de hoje, e não há como negar isso. Um dos efeitos desse mergulho nos ambientes tecnológico e digital é, precisamente, um pensamento não linear, mas fragmentado. Crianças que são levadas a estruturar o próprio pensamento de forma fragmentada. Eis uma pergunta bastante possível: como essas crianças se tornarão leitores, digamos, tradicionais?

De outro lado, porém, muitos que consideravam como certo, a morte e o sepultamento dos livros, viram que os livros não deixaram de existir. E é curioso que eventos como Bienais de Livro, por exemplo, ganham força, cada vez mais expositores e uma frequência crescente de público. As editoras, mundo afora, têm produzido muito material e vários títulos saem com um número expressivo de exemplares já na primeira tiragem. Aqui se considera o livro tradicional e esse é um fenômeno interessante, pois cresce a legião de leitores. É comum e prazeroso perceber que muitas crianças aventuram-se e descobrem novos mundos com clássicos revisitados e obras inéditas como o megassucesso que foi (e é) a saga Harry Potter.

Não há porque ser derrotista ou desanimado, é preciso ser perspicaz, e compreender o melhor possível a realidade circundante e oferecer aos pequenos, de modo particular, mas a todas as pessoas, estímulo e meios para que descubram na literatura um caminho de crescimento e educação e, e contrapartida, fazer com que a educação, em sua compreensão mais ampla, se apoie na literatura e faça do ser humano sempre mais humano, ou seja, fiel à essência de sua existência.

Em nosso próximo encontro, será a vez de conhecer alguns clássicos da literatura. Não perca!

Religioso da Congregação dos Padres e Irmãos Paulinos, Alexandre Carvalho é graduado em Filosofia, Teologia e Letras. É doutorando em Língua Portuguesa, com especialidade em Literatura. Na missão paulina ele é responsável pelo segmento Infantojuvenil da PAULUS Editora.

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