Novo normal e o mundo V.U.C.A. | Paulus Editora

Colunistas

Tecnologia e Pastoral

05/11/2022

Novo normal e o mundo V.U.C.A.

Por Ednoel Amorim

O “novo normal” realmente existe? O que é essa história de mundo V.U.C.A.? Vamos descobrir juntos!

A primeira coisa que devemos considerar é que os efeitos danosos da pandemia estão diminuindo, a velocidade do seu desaparecimento não é exatamente aquela que gostaríamos, porém já conseguimos verificar as melhoras. A problemática da qual devemos ser conscientes é que na vida a quantidade de variáveis é sempre muito grande. A realidade não para, não nos espera. Após alguns meses do início das sucessivas tentativas de lockdown em 2020 alguns seguimentos começaram a falar de um “novo normal”, para sinalizar o modo de vida que deveríamos nos acostumar dali para frente. Mas será mesmo que estamos vivendo um novo ou simplesmente estamos em uma nova etapa de tantas outras da humanidade?

Essa pergunta não é minha, mas da grande especialista Martha Gabriel, que nos ajuda a perceber que o mundo sempre está em mudança. Ora, desde a antiguidade sabemos que nós mesmos estamos em constante mudança. Por isso, o “novo normal” não é simplesmente o novo, é na verdade o “novo da vez”, outros ainda virão. Em resumo, a pandemia não é o único e nem o primeiro fator que fez nossos hábitos mudarem.

Para analisar melhor isso é interessante conhecermos um jeito de abordar o mundo, que chamamos de V.U.C.A, uma sigla que tem sua origem no inglês e significa respectivamente Volatility (Volatilidade), Uncertainty (Incerteza), Complexity (Complexidade) e Ambiguity (Ambiguidade). O que essas quatro chaves de leitura nos querem dizer? Que a vida humana é extremamente volátil, em nossas decisões nem sempre acertamos, por isso é fundamental muita atenção para perceber as mudanças e evitarmos de nos perder. Isso se liga à chave da incerteza, quanto mais mudanças experimentamos menos somos capazes de planejar o futuro, a vida sempre nos reserva surpresas ao longo do caminho. No entanto, ainda existem pessoas e organizações fissuradas em planejamento estratégico de forma exagerada. O planejamento de alguns seguimentos demora tanto que quando decidem partir para a prática a realidade já é outra e o planejado sai do papel e das reuniões já caduco.

A terceira chave é a da complexidade, que nos mostra como tudo está interligado. Não podemos nos dar o luxo de agir somente segundo interesses particulares sem levar em consideração todas as consequências implicadas. Não existe ação isolada, se não tomarmos o devido cuidado a complexidade pode nos deixar cegos, ainda mais no oceano de informações que vivemos, corremos o risco de não prestar atenção a todas elas e escolhermos ver somente aquelas que nos agradam ou confirmam nosso pensamento. Assim, a última chave fala de ambiguidade, pois diante da mesma situação desafiadora os efeitos podem ser positivos ou negativos. Por exemplo, se olharmos para o fenômeno do tsunami, ele é uma força da natureza que pode te levar para frente, mas, ao mesmo tempo pode afogar. É sempre incerto, por isso não devemos planejar a exaustão, devemos estar preparados, treinados para enfrentar a realidade. Estamos nos aproximando da Copa do Mundo, se os atletas perderem todo o seu tempo planejando os jogos, serão energias gastas inutilmente, pois dentro do campo, assim como na vida as variáveis são incontáveis, no entanto, se o atleta se dedicar ao seu preparo físico, os resultados serão muito melhores.

É assim que se combate o mundo V.U.C.A., com formação, preparo. Bob Johansen, para combater tudo isso, renovou o conceito de V.U.C.A ao que ele chamou de “V.U.C.A. Prime”, ou seja, Vision (Visão), Understanding (Endentimento), Clarity (Clareza) e Agility (Agilidade), o primeiro esquema nos deixa frágeis, já esse nos capacita para conhecer a realidade e agir sobre ela com muito mais agilidade e assertividade. Além disso, é importante compreender que as incertezas da vida devem ser enfrentadas juntas, com responsabilidade e diálogo.

nenhum comentário