1. Livros da Bíblia | Paulus Editora

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Bíblia

15/03/2019

1. Livros da Bíblia

Por Nilo Luza

  1. Pentateuco

A partir de agora, vamos conhecer os livros do Antigo Testamento, na ordem em que se encontram na Bíblia Católica. Em cada artigo, apresentaremos a síntese de cada um desses livros. São quarenta a seis livros que formam o primeiro testamento.

Pentateuco é o primeiro dos quatro blocos que formam o Antigo Testamento da Bíblia Católica. Os outros três blocos são: Livros Históricos, Livros Sapienciais e Livros Proféticos. Pentateuco é palavra grega que significa cinco (penta) rolos ou estojos (teukos), são os cinco primeiros livros da Bíblia: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.

Esses livros tratam da origem da humanidade e do universo, dos primeiros patriarcas e matriarcas, a formação do povo de Israel, sua libertação da escravidão no Egito, sua caminhada pelo deserto em busca de vida e liberdade, da conquista da terra e sua organização.

Para os judeus (Bíblia Hebraica), esses livros constituem a Torá, que significa ensinamento, instrução, caminho. São as leis que Moisés deixou para o povo de Israel. Com isso, não quer dizer que os cinco livros do Pentateuco foram escritos por Moisés. São atribuídos a ele, porque é considerado patrono da Torá ou da Lei. A linguagem e a teologia mostram que o Pentateuco é resultado de muitas mãos, de vários locais e épocas diferentes.

Para explicar essa diversidade de textos e gêneros há uma teoria chamada “teoria documental”. Segundo essa teoria, o Pentateuco seria resultado de quatro principais fontes ou tradições: Javista (J), Eloísta (E), Sacerdotal (P) e Deuteronomista (D). Cada uma delas surgiu em épocas e locais diferentes.

A Tradição Javista (J) designa Deus com o nome de Javé (Iahweh), o Deus nacional. Essa tradição é encontrada especialmente nos livros do Gênesis, do Êxodo e dos Números. Reúne tradições orais e escritas das tribos e dos santuários. É, em sua maior parte, da época dos reis Davi e Salomão (século 10º AC), durante a monarquia unida.

A Tradição Eloísta (E) chama Deus com o nome de Eloim (Elohim). Como a anterior, está presente principalmente nos livros do Gênesis, do Êxodo e dos Números. Surge por volta de 850 AC, em Israel (reino do norte).

A Tradição Sacerdotal (P) recebe a sigla P por causa do nome alemão (Priest). É encontrada nos quatro primeiros livros. O Levítico é formado praticamente por essa tradição. Foi elaborada durante o exílio na Babilônia e concluída no pós-exílio. Ela se interessa principalmente pela parte legislativa.

A Tradição Deuteronomista (D) se limita ao último livro do Pentateuco, o Deuteronômio. A observância dos mandamentos assegura a bênção divina. Repete, em parte, as leis dos outros livros do bloco. Em sua grande parte, é do tempo do rei Josias (640-609 AC), revista no pós-exílio.

Essas tradições mostram que o Pentateuco teve longa caminhada e é formado por diversas camadas diferentes. São mais de cinco séculos de história, desde os primeiros escritos, os códigos de leis (pelo século 10º AC) até a coleção sacerdotal (do século 5º AC). Todo o Pentateuco, como o conhecemos, foi concluído por volta do ano 400 AC.

Para os judeus, o Pentateuco não é um simples conjunto de leis humanas; é um ensinamento ou caminho para viver segundo a vontade de Deus, um chamado à santidade: “Eu sou Javé, que os tirei do Egito, para ser o Deus de vocês. Sejam santos, porque eu sou santo” (Lv 11,45). Assim, essa obra é a “carta magna” do judaísmo pós-exílio.

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