A palavra “clássica”, tomada como adjetivo, confere nobreza àquilo que qualifica e, naturalmente, tem o seu oposto em simples ou vulgar. Sem dúvida o período histórico denominado como Antiguidade Clássica incide sobre aquilo que, ao longo do tempo e na atualidade, é considerado um clássico. Todos os períodos históricos contribuíram para o crescimento e amadurecimento do ser humano em si, em sua relação com o outro e com o mundo que o cerca. Contudo, o período Clássico estabeleceu referenciais que são tomados ainda hoje, de modo particular, no campo da arte e da cultura; embora seja algo que possa ser discutido ou questionado. De modo particular, quando mencionamos Antiguidade Clássica, nos voltamos à Grécia antiga.

No campo da literatura, como não poderia deixar de ser, temos também aquelas obras que são consideradas clássicas ou de caráter universal. O que isso significa ou indica? Uma obra clássica ou de caráter universal transcende, ou seja, ultrapassa o tempo e o espaço em que foi criada e se perpetua. Do ponto de vista formal, para que tenhamos expressão literária, propriamente dita, é necessário que tenhamos no mínimo dois polos: aquele que escreve e aquele que lê; noutras palavras, aquele que produz e aquele que consome. Uma obra, por mais fantástica que seja, se não for lida ela não “existe”, pois não afeta aquele a quem se destina por não conhecê-la. Em meio a tudo aquilo que é produzido, há textos que ganham destaque e se tornam clássicos. E poderíamos dizer que cada cultura (ou nação) tem suas próprias obras clássicas.

Embora toda obra literária carregue consigo características do tempo, do espaço e da cultura em que foram elaboradas; ela também carrega em si traços fortes de universalidade, ou seja, essa obra aborda questões existenciais que atravessam séculos e, mesmo assim, se mantêm atuais. Quais seriam essas questões? Eis, ao menos, três exemplos: o desejo de descobrir a própria identidade e encontrar seu lugar no mundo; o desejo de liberdade: pessoal e/ou coletiva; o desejo de encontrar o verdadeiro amor e o sentido da vida. É óbvio que outros elementos se caracterizam ou se apresentam como universais e, por isso, embora tenha sido criada por Homero, oito séculos antes de Cristo, Odisseia, continua instigando e inspirando leitores ainda hoje. Você já leu alguma obra considerada clássica?

Tendo como base os clássicos da literatura, foram feitas – e ainda se fazem – as famosas releituras ou adaptações que vão além do campo literário. Como dito anteriormente, cada povo, cultura ou país tem obras consideradas clássicas. Por outro lado, como a literatura tem subdivisões, há clássicos da literatura infantil, juvenil, policial, romance, terror, suspense etc. Já temos uma direção para nosso próximo encontro. Vamos falar um pouco sobre literatura infantil e juvenil e suas obras clássicas. Até lá!

Religioso da Congregação dos Padres e Irmãos Paulinos, Alexandre Carvalho é graduado em Filosofia, Teologia e Letras. É doutorando em Língua Portuguesa, com especialidade em Literatura. Na missão paulina ele é responsável pelo segmento Infantojuvenil da PAULUS Editora.

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