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Bíblia Sagrada - Edição Pastoral
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III. RESPOSTA PARA DIVERSOS PROBLEMAS

 

1. Estados de vida

Matrimônio ou celibato? -* 1 Passemos agora ao que vocês escreveram: «É bom que o homem se abstenha de mulher2 Todavia, para evitar a imoralidade, cada homem tenha a sua esposa, e cada mulher o seu marido. 3 O marido cumpra o dever conjugal para com a esposa, e a esposa faça o mesmo com o marido. 4 A esposa não é dona do seu próprio corpo, e sim o marido. Do mesmo modo, o marido nao é dono do seu próprio corpo, e sim a esposa.5 Não se recusem um ao outro, a não ser que estejam de comum acordo e por algum tempo, para se entregarem à oração; depois disso, voltem a unir-se, a fim de que Satanás não os tente por não poderem dominar-se. 6 Digo isso como concessão, e não como ordem. 7 Eu gostaria que todos os homens fossem como eu. Mas cada um recebe de Deus o seu dom particular; um tem este dom, e outro tem aquele.

8 Aos solteiros e às viúvas, digo que seria melhor que ficassem como eu. 9 Mas, se não são capazes de dominar seus desejos, então se casem, pois é melhor casar-se do que ficar fervendo.

10 Aos que estão casados, tenho uma ordem. Aliás, não eu, mas o Senhor: a esposa não se separe do marido; 11 e caso venha a separar-se, não se case de novo, ou então se reconcilie com o marido. E o marido não se divorcie de sua esposa.

Viver unido ou separar-se? -* 12 Aos outros, sou eu que digo, não o Senhor: Se algum irmão tem esposa que não é cristã, e ela concorda em viverem juntos, não se divorcie dela. 13 E se alguma mulher tem marido que não é cristão, e ele concorda em viverem juntos, não se divorcie dele. 14 Pois o marido não cristão é santificado pela esposa cristã; e a esposa não cristã é santificada pelo marido cristão. Se assim não fosse, seus filhos seriam impuros, quando na realidade são consagrados a Deus. 15 Se o não cristão quiser separar-se, que se separe. Nesse caso, o irmão ou irmã não estão vinculados, pois foi para viver em paz que Deus nos chamou. 16 Na verdade, ó mulher, como pode você ter certeza de que salvará o seu marido? E você, marido, como pode saber que salvará a sua mulher?

Qual a novidade de ser cristão? -* 17 De resto, cada um continue vivendo na condição em que o Senhor o colocou, tal como vivia quando foi chamado. É o que ordeno em todas as igrejas. 18 Alguém foi chamado à quando era circuncidado? Não procure disfarçar a sua circuncisão. Alguém não era circuncidado quando foi chamado à ? Não se faça circuncidar. 19 Não tem nenhuma importância estar ou não estar circuncidado. O que importa é observar os mandamentos de Deus.20 Cada um permaneça na condição em que se encontrava quando foi chamado.21 Você era escravo quando foi chamado? Não se preocupe com isso. Mas, se você pode se tornar livre, não deixe passar a oportunidade. 22 Porque o escravo, que foi chamado no Senhor, é liberto no Senhor. Da mesma forma, aquele que era livre quando foi chamado é escravo de Cristo. 23 Alguém pagou alto preço pelo resgate de vocês: não se tornem escravos de homens. 24 Irmãos, cada um permaneça diante de Deus na condição em que se encontrava quando foi chamado.

E a virgindade? -* 25 Quanto às pessoas virgens, não tenho nenhum preceito do Senhor. Porém, como homem que pela misericórdia do Senhor é digno de confiança, dou apenas um conselho: 26 considero boa a condição das pessoas virgens, por causa das angústias presentes. Claro, é bom que o homem continue assim. 27 Você está ligado a uma mulher? Não se separe. Você não está ligado a uma mulher? Não procure mulher. 28 Contudo, se você se casar, não estará cometendo pecado; e se uma virgem se casar, não estará cometendo pecado. No entanto essas pessoas terão que suportar fardos pesados, e eu desejaria poupar vocês.

29 Uma coisa eu digo a vocês, irmãos: o tempo se tornou breve. De agora em diante, aqueles que têm esposa, comportem-se como se não a tivessem; 30 aqueles que choram, como se não chorassem; aqueles que se alegram, como se não se alegrassem; aqueles que compram, como se não possuíssem; 31 os que tiram partido deste mundo, como se não desfrutassem. Porque a aparência deste mundo é passageira.

32 Eu gostaria que vocês estivessem livres de preocupações. Quem não tem esposa, cuida das coisas do Senhor e do modo de agradar ao Senhor. 33 Quem tem esposa, cuida das coisas do mundo e de como agradar à esposa, 34 e fica dividido. Assim também, a mulher solteira e a virgem cuidam das coisas do Senhor, a fim de serem santas de corpo e espírito. Mas a mulher casada cuida das coisas do mundo e de como possa agradar ao marido. 35 Digo isso para o bem de vocês, não para armar uma cilada; somente para que vocês façam o que é mais nobre e possam permanecer sem distração junto ao Senhor.

Como decidir? -* 36 Se alguém, transbordando de paixão, acha que não conseguirá respeitar a noiva, e que as coisas devem seguir o seu curso, faça o que quiser. Não peca; que se case. 37 Ao contrário, se alguém, por firme convicção, sem constrangimento e no pleno uso de sua vontade, resolve respeitar a sua noiva, está agindo bem. 38 Portanto, quem se casa com sua noiva faz bem; e quem não se casa, procede melhor ainda.

Viúva pode casar-se de novo? -* 39 A esposa está ligada ao marido durante todo o tempo em que ele viver. Se o marido morrer, ela ficará livre para casar-se com quem quiser; mas, apenas no Senhor. 40 A meu ver, porém, ela será mais feliz se ficar como está. Penso que eu também possuo o Espírito de Deus.




* 7,1-11: Alguns convertidos de Corinto pensam que o matrimônio esteja ultrapassado: uns pregam a liberdade sexual, outros vêem o celibato como condição única de viver o Evangelho. Diante de tais exageros, a orientação de Paulo é extremamente realista: consciente das necessidades e da fragilidade humana, ele coloca no devido lugar tanto o celibato como o matrimônio. O celibato goza das preferências de Paulo; no entanto, mostra que se trata de um dom, uma vocação, que para o celibatário não significa nenhum mérito. O matrimônio é lugar por excelência da união e da vida sexual; união indissolúvel, feita de dom e disponibilidade recíproca (cf. Ef 5,4-33). Quanto ao divórcio, Paulo ensina a mesma coisa que os Evangelhos (cf. Mt 19,9 e paralelos).



* 12-16: Uma questão típica das primeiras gerações cristãs: o que fazer quando um dos cônjuges não se converte à fé cristã? Paulo quer a todo custo preservar a união matrimonial e confia na boa influência do cônjuge cristão. Contudo, se a relação se torna impossível, o cônjuge não cristão, e só ele, pode tomar a decisão de separar-se. Isso mostra que Paulo entende a indissolubilidade como algo estritamente ligado à fé cristã.



* 17-24: O Evangelho não se dirige a determinada raça, grupo ou casta social; ele é aberto a todos. Na visão de Paulo, o convertido não deve estar preocupado em mudar de posição na escala social. O que importa é compreender que a condição cristã implica uma novidade radical: o único Senhor que está sobre todos é Jesus Cristo; nele todos são livres, e só a ele devem submeter-se. Desse modo, Paulo vê a comunidade cristã como semente de uma sociedade igualitária, onde todos os homens são chamados a ser livres e a encontrarem a própria dignidade.



* 25-35: Para a Igreja primitiva eram iminentes o fim do mundo e a manifestação final e gloriosa de Jesus (vv. 29.31). É nessa perspectiva que podemos compreender muitos conselhos referentes ao matrimônio, ao celibato e à virgindade: se o fim está próximo, para que se casar e ter filhos? Na visão de Paulo, a virgindade é vista como dom total da própria vida ao Senhor, como maneira de empenhar-se totalmente no testemunho do Evangelho. Jesus já destacava a grandeza do celibato na consagração radical a Deus e ao Reino, mas sem o impor (cf. Mt 19,10-12).



* 36-38: Trata-se talvez de um noivo que sente forte o estímulo do desejo sexual, mas se vê premido pelo ideal celibatário, apresentado por alguns da comunidade como única maneira de realização cristã. Paulo dá ao noivo ansioso plena liberdade para decidir-se.



* 39-40: Paulo deixa total liberdade para as viúvas se casarem de novo, mas apenas com parceiro cristão («no Senhor»). Sobre o conselho de «ficar como está», cf. nota em 7,25-35.






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