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Bíblia Sagrada - Edição Pastoral
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A suprema corrupção -* 1 Ai daqueles que fazem decretos iníquos e daqueles que escrevem apressadamente sentenças de opressão, 2 para negar a justiça ao fraco e fraudar o direito dos pobres do meu povo, para fazer das viúvas a sua presa e despojar os órfãos. 3 O que farão vocês no dia do castigo, quando chegar a tempestade que vem de longe? O apoio de quem vocês irão procurar e onde deixarão suas riquezas, 4 para não saírem encurvados junto com os prisioneiros e para não caírem no meio dos cadáveres? Apesar de tudo isso, a ira de Javé não se acalma, e sua mão continua estendida!

Instrumento é instrumento -* 5 Ai da Assíria, vara da minha ira, bastão do meu furor posto em suas mãos. 6 Contra uma nação ímpia eu a enviei, eu lhe dei ordens contra o povo da minha cólera, para que o saqueie e o despoje, e o pise como se fosse lama da rua. 7 Mas, ela não tinha essa intenção, e o seu coração não se apegou a esse plano. Pelo contrário, ela só pensava em exterminar e destruir bom número de nações. 8 De fato, ela dizia: «Por acaso os meus príncipes não são todos reis? 9 Calane não teve a mesma sorte de Carquemis, Emat não teve a mesma sorte de Arfad, e Samaria não teve a mesma sorte de Damasco? 10 Ora, se a minha mão alcançou aqueles reinos de ídolos, cujas imagens eram mais numerosas que em Jerusalém e em Samaria, 11 não farei com Jerusalém e suas imagens o mesmo que fiz com Samaria e seus ídolos

12 Pois bem! Quando o Senhor terminar tudo o que está fazendo no monte Sião e em Jerusalém, ele vai dar o castigo ao rei da Assíria, conforme a soberba dos seus pensamentos e a arrogância do seu olhar. 13 Pois ele disse: «Foi com a força da minha mão que eu fiz o que fiz; agi com sabedoria porque sou inteligente. Mudei as fronteiras das nações e saqueei seus tesouros; como herói dominei seus habitantes. 14 Como em um ninho, minha mão apanhou as riquezas dos povos: como se recolhem ovos abandonados, recolhi a terra inteira, e não houve quem batesse asas, ninguém que desse um pio».

15 Acaso o machado se gloria contra aquele que o segura? Ou a serra se engrandece contra aquele que a maneja? Como se o bastão pudesse balançar quem o ergueu, ou a vara levantar aquele que não é madeira! 16 Por isso, o Senhor Javé dos exércitos vai mandar magreza à gordura dele; em lugar de sua glória, haverá um incêndio, como incêndio provocado por fogo.

Um resto voltará -* 17 A luz de Israel se tornará um fogo, e seu Santo uma labareda, que de devorar e consumir num só dia seus espinheiros e matagal. 18 Como se fosse um doente que definha, vai se extinguir toda a beleza de suas matas e de seus bosques. 19 Sobrarão tão poucas árvores na floresta, que até uma criança poderá contá-las.

20 Nesse dia, o resto de Israel, os da casa de Jacó que escaparem, não vão mais procurar apoio naquele que os fere; vão se apoiar, com toda fidelidade, em Javé, o Santo de Israel. 21 O resto, o resto de Jacó voltará para o Deus forte. 22 Israel, mesmo que o seu povo fosse tão numeroso como a areia do mar, a verdade é que de todo ele só um resto voltará, pois foi decretada a destruição: a justiça transborda. 23 Sim, a destruição foi decretada: o Senhor Javé dos exércitos vai executá-la no meio de toda a terra.

Javé libertará -* 24 Por isso, assim diz o Senhor Javé dos exércitos: Povo meu que mora em Sião, não tenha medo da Assíria. Ela lhe bate com um bastão, levanta contra você a sua vara no caminho do Egito. 25 Só mais um pouco de tempo, e o meu furor chegará ao fim; a minha ira vai destruí-los. 26 Javé dos exércitos puxará o relho contra eles, como quando atacou Madiã perto da rocha de Oreb, ou como quando ergueu a sua vara contra o mar no caminho do Egito.

27 Nesse dia, será retirada a carga dos ombros de vocês e a canga de seu pescoço.

Demonstração de força -* O destruidor vem de Rimon, 28 chega até Aiat, passa por Magron e deixa a sua bagagem em Macmas. 29 Atravessam o desfiladeiro e acampam em Gaba. Ramá estremece, Gabaá de Saul põe-se em retirada. 30 Levante a voz, Bat-Galim! Esteja atenta, Laísa! Responde-lhe, Anatot! 31 Madmena foge e os moradores de Gabim procuram esconderijo. 32 Ainda hoje, parando em Nob, com a mão ele ameaça o monte da filha de Sião, a colina de Jerusalém. 33 Vejam! O Senhor Javé dos exércitos, a ramagem, com terrível violência vai podar: os galhos mais altos serão cortados, os ramos de cima serão abatidos; 34 o grosso da floresta será cortado a ferro, e o Líbano majestoso cairá.




* 10,1-4: Continua o tema de Is 5,23. A única apelação dos desfavorecidos (fraco, pobre, órfão, viúva) para defender seus direitos, seria uma Constituição justa e ao mesmo tempo efetiva. Isaías denuncia não só a injustiça por parte daqueles que fazem as leis, mas também por parte daqueles que devem executá-las. A finalidade de qualquer Constituição é ser apoio e defesa para aqueles que não têm outro meio para proteger os próprios direitos.



* 5-16: Estamos em 701 a.C. O Reino do Norte (Israel) foi dominado em 722 a.C. pela Assíria, diante da qual também o Reino do Sul (Judá) está prestes a sucumbir (cf. Is 36). Para o profeta, o dominador estrangeiro é um instrumento de Deus para corrigir o povo corrompido (vv. 5-6). Entretanto, o dominador se fecha no orgulho e se crê absoluto. Por isso, também ele será corrigido por Deus. Ninguém pode ocupar o lugar de Deus e ficar impune.



* 17-23: Depois de várias incursões, em 722 a.C., a Assíria destrói Samaria, capital do Reino do Norte, e avança para o Reino do Sul, transformando-o em estado vassalo. Encontramos aqui um verdadeiro comentário sobre os nomes dos filhos de Isaías: Judá se aliou com a Assíria e essa o dominou e despojou («Pronto-saque-rápida-pilhagem»). Mas, tendo provado o quanto é falho o apoio das alianças humanas, um pequeno «resto voltará», e aprenderá a colocar sua confiança em Javé, tornando-se portador da salvação.



* 24-27a: Na história de Judá, dominado pela Assíria, repete-se a situação dos hebreus escravos no Egito. Por isso, Isaías recorda a libertação da opressão egípcia (Ex 14,16) e a vitória de Gedeão contra os madianitas (Jz 7,25): Javé, o Deus da libertação, continua a libertar os oprimidos que clamam por ele.



* 27b-34: Estes versículos descrevem o itinerário seguido pelo exército assírio. Trata-se de marcha inesperada, talvez para demonstração de força, sem contudo chegar a Jerusalém. Os vv. 33-34 talvez ficassem melhor depois de Is 2,12-17 (cf. nota); foram colocados aqui para servir de moldura a 11,1-9.






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