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Bíblia Sagrada - Edição Pastoral
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VIII. FIM DO REINO DEJUDÁ

Ezequias em Judá: reforma político-religiosa -* 1 Ezequias, filho de Acaz, começou a reinar em Judá no terceiro ano do rei Oséias, filho de Ela, rei de Israel. 2 Ele tinha vinte e cinco anos quando subiu ao trono, e reinou vinte e nove anos em Jerusalém. Sua mãe se chamava Abia, e era filha de Zacarias. 3 Ezequias fez o que Javé aprova, seguindo em tudo o seu antepassado Davi. 4 Ele acabou com os lugares altos, quebrou as estelas e derrubou os postes sagrados. Despedaçou também a serpente de bronze que Moisés havia feito, porque os israelitas ainda queimavam incenso diante dela. Eles a chamavam de Noestã. 5 Ezequias pôs sua confiança em Javé, o Deus de Israel. Tanto antes como depois não existiu nenhum rei em Judá que pudesse ser comparado a ele. 6 Permaneceu fiel a Javé e nunca se afastou dele, observando os mandamentos que Javé tinha ordenado a Moisés. 7 Javé esteve com ele. Por isso, ele teve êxito em tudo o que fez. Ele se revoltou contra o rei da Assíria e não lhe ficou submisso. 8 Derrotou os filisteus até Gaza, devastando o território deles, tanto as torres de vigia como as cidades fortificadas.

Queda de Samaria -* 9 No quarto ano do reinado de Ezequias e sétimo de Oséias, filho de Ela, rei de Israel, Salmanasar, rei da Assíria, atacou e cercou Samaria. 10 Após três anos, tomou a cidade. Samaria foi conquistada no sexto ano de Ezequias e nono ano de Oséias, rei de Israel. 11 O rei da Assíria deportou os israelitas para a Assíria e os levou para Hala, para as margens do Habor, rio de Gozã, e para as cidades da Média. 12 Isso porque os israelitas não obedeceram a Javé seu Deus e transgrediram sua aliança: eles não ouviram nem praticaram tudo o que Moisés, servo de Javé, lhes havia ordenado.

Reforma interrompida -* 13 No ano catorze do reinado de Ezequias, Senaquerib, rei da Assíria, atacou todas as cidades fortificadas de Judá e se apossou delas. 14 Então Ezequias, rei de Judá, mandou esta mensagem ao rei da Assíria, que estava em Laquis: «Cometi um erro. Não me ataque. Eu aceitarei as condições que você me impuser». O rei da Assíria exigiu que Ezequias, rei de Judá, pagasse uma taxa de dez toneladas de prata e mil quilos de ouro. 15 Então Ezequias entregou toda a prata que havia no Templo de Javé e no tesouro do palácio real. 16 Mandou também tirar o ouro com que Ozias, rei de Judá, havia revestido as portas e os batentes do santuário de Javé, e o entregou ao rei da Assíria.

Um desafio a Javé -* 17 De Laquis, o rei da Assíria mandou o chefe do exército, o chefe dos funcionários e o chefe dos copeiros, para que fossem, com forte destacamento, até Jerusalém, até o rei Ezequias. Eles chegaram a Jerusalém e passaram perto do canal que leva água para o reservatório superior, no caminho do Campo do Pisoeiro. 18 Chamaram o rei. Então saíram ao encontro deles Eliacim, filho de Helcias, administrador do palácio, o escrivão Sobna e o secretário Joaé, filho de Asaf. 19 O chefe dos copeiros então lhes falou: «Digam a Ezequias: Assim fala o grande rei, o rei da Assíria: Onde está o fundamento da sua confiança? 20 Você está pensando que estratégia e valentia militares são questão de palavras! Em quem você está se apoiando para resistir diante de mim? 21 Você confia no Egito, nesse bambu rachado que penetra e fura a mão de quem nele se apóia! O Faraó, rei do Egito, é isso para quem nele confia. 22 Talvez você responda: ‘Nós colocamos nossa confiança em Javé, o nosso Deus’. Mas não foi você mesmo, Ezequias, quem destruiu os lugares altos e os altares de Javé, dizendo ao povo de Judá e de Jerusalém: ‘Somente diante do altar que está em Jerusalém é que vocês devem adorar’? 23 Pois bem! Faça uma aposta com o meu senhor, o rei da Assíria: eu lhe darei dois mil cavalos, se você encontrar cavaleiros para montá-los! 24 Como é que você vai conseguir derrotar um só dos menores servos do meu senhor? Você colocou sua confiança no Egito para ter carros e cavaleiros! 25 Você pensa que foi sem o consentimento de Javé que eu ataquei esse lugar para o destruir? Foi Javé quem me mandou atacar e devastar esse país

26 Eliacim, filho de Helcias, Sobna e Joaé pediram ao chefe dos copeiros: «Fale com os seus servos em aramaico, que nós entendemos. Não fale em hebraico, diante do povo que está nas muralhas». 27 O chefe dos copeiros então respondeu: «Não foi ao seu rei e a você que o meu senhor mandou dizer essas coisas. Foi primeiro ao povo que está nas muralhas. Ele está condenado, como vocês, a comer as próprias fezes e a beber a própria urina

28 Então o chefe dos copeiros gritou alto, em hebraico: «Escutem a palavra do grande rei, o rei da Assíria: 29 Assim fala o rei: Não deixem Ezequias enganá-los, pois ele não poderá livrar vocês de mim. 30 Que Ezequias não leve vocês a confiar em Javé, dizendo que Javé salvará vocês e que esta cidade não cairá em poder do rei da Assíria. 31 Não dêem ouvidos a Ezequias. Porque assim fala o rei da Assíria: Façam as pazes comigo, rendam-se, e cada um poderá comer o fruto da sua vinha e da sua figueira, e beber água do próprio poço, 32 até que eu venha e leve vocês para uma terra boa como esta, terra que produz trigo e vinho, terra de pão e videiras, terra de azeite e mel. Assim vocês viverão, e não vão morrer. Não dêem ouvidos a Ezequias, pois ele está iludindo vocês, dizendo que Javé os salvará. 33 Por acaso os deuses das nações puderam livrar seus países do poder do rei da Assíria? 34 Onde estão os deuses de Emat e de Arfad? Onde estão os deuses de Sefarvaim? Por acaso eles livraram Samaria do meu poder? 35 De todos os deuses das nações, quem foi que livrou seu país do meu poder, para que Javé possa salvar Jerusalém36 Eles ficaram quietos e não responderam nada, pois o rei tinha ordenado que não dessem nenhuma resposta. 37 Eliacim, filho de Helcias, administrador do palácio, com o escrivão Sobna e o secretário Joaé, filho de Asaf, foram até o rei Ezequias com as roupas rasgadas, e lhe comunicaram as palavras do chefe dos copeiros.




* 18,1-8: Ezequias é elogiado porque, no seu tempo, foi feita uma tentativa de reforma político-religiosa, que procurava reunir todo o povo em torno de um só Deus e de um só rei.



* 9-12: Cf. nota em 17,1-6.



* 13-16: A reforma iniciada por Ezequias foi interrompida por uma violenta invasão dos assírios, que conquistaram muitas cidades e recomeçaram a cobrar tributo de Judá.



* 18,17-19,37: Cf. notas em Is 36-37.






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