NA BARCA COM JESUS | Paulus Editora

O Domingo
NA BARCA COM JESUS

Quando crianças, cantávamos na catequese: “Quem é que vai nessa barca com Jesus?” A catequista perguntava, e nós respondíamos: “Eu vou, eu vou!” Para mim, menino da roça, a barca seria uma canoa, como aquela em que eu pescava com meu pai no açude. Às vezes, ventava muito e eu não conseguia equilibrar a canoa com os remos, enquanto o pai lançava a rede às águas.

Nem tudo dependia das forças de meus pequenos braços, mas de uma habilidade que eu ia adquirindo ao ouvir a palavra de quem já havia enfrentado tempestades. Na verdade, aprendemos muito também quando contemplamos o livro da natureza, o movimento das águas, a música do vento, o canto dos pássaros e a beleza dos pequenos e simples elementos que compõem o cenário de nosso lugar.

Penso em Pedro, no Evangelho de hoje (Lc 5,1-11). Tão cansado, depois de uma noite exaustiva, sem sucesso na pescaria. Ele ouve a voz de Jesus: “Avance para águas mais profundas, e joguem as redes para pescar” (Lc 5,4). Embora sem muita confiança, obedece, porque sente que quem está falando é Mestre. É a Palavra de Jesus que nos tira da superficialidade e nos faz mirar o profundo.

O êxito na missão não é resultado de nossas próprias forças, mas da força que provém do Divino Mestre. O primeiro dever do discípulo, antes de lançar a rede, é ouvir a Palavra do Mestre. Para isso, é preciso estar no mesmo barco que ele e reconhecê-lo como Senhor (Lc 5,8). Jesus é o Senhor não pelo poder da força, mas pelo poder do amor. Nisto consiste também o papel do discípulo: amar. O distintivo do discípulo é o amor.

A pesca abundante é fruto do amor que vence o cansaço, o desânimo, a dor e a miséria. O apostolado será fecundo se nosso programa de trabalho estiver inspirado no Evangelho, e não em nossos próprios interesses. O “deixar tudo e seguir Jesus” (Lc 5,11) é entrar em sua barca livre e feliz: “Eu vou, eu vou!”

Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp


O Domingo

É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.

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