A BARCA EM PERIGO | Paulus Editora

O Domingo
A BARCA EM PERIGO

No relato do Evangelho, Jesus convida a passar para a outra margem. Durante a travessia do mar, o vento e as ondas ameaçam a barca, os discípulos se apavoram, e Jesus dorme tranquilamente. O texto é carregado de simbolismo: o mar, as ondas e as tempestades são símbolos das forças do mal. A barca agitada pelas ondas pode representar a comunidade que enfrenta as adversidades da missão. Há um contraste significativo: o sono tranquilo de Jesus revela a confiança em Deus; por seu turno, o medo dos discípulos demonstra a falta de fé em meio a situações difíceis.

Além de falta de fé, o medo dos discípulos pode significar os desafios que enfrentarão ao atravessar para a outra margem, ou seja, para o mundo dos gentios, o mundo desconhecido. É o desafio de sair dos limites do judaísmo e assumir a universalidade da missão.

O papa Francisco insiste muito em que a Igreja não pode ficar trancada em si mesma, mas é desafiada a sair às periferias e aos recantos do mundo. Deve ser uma “Igreja em saídas”, uma “Igreja missionária”, sempre em missão. Isso exige ousadia, coragem e superação do medo.

O medo paralisa, não deixa avançar e alcançar novos horizontes. Muitas vezes somos como pequenina barca, agitada pelas ondas e ameaçada de afundar no desânimo. Os momentos muito difíceis pelos quais passamos – doenças, violência, desemprego – deixam-nos paralisados, sem ação. Talvez tenhamos esquecido “aquele a quem até o vento e o mar obedecem”.

A pergunta final dos discípulos – “quem é este?” – é central no Evangelho de Marcos, que tem justamente o objetivo de responder quem é Jesus. A catequese da comunidade de Marcos, lançando luzes sobre a prática do Mestre, quer revelar sua identidade. A pergunta é um convite à fé em Jesus Cristo, Senhor da história.

Pe. Nilo Luza, ssp


O Domingo

É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.

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