28 de agosto – 22º DO TEMPO COMUM | Paulus Editora

O Domingo
28 de agosto – 22º DO TEMPO COMUM

O ÚLTIMO LUGAR

Santa Teresinha dizia que devemos ocupar o último lugar porque ninguém brigará por ele. É certo, porém, que a condição humana tende para ocupar os primeiros lugares. Desde cedo, é incutido em nossa cabeça que é preciso vencer na vida. A expressão “vencer na vida”, em si, é atraente, mas perigosa. Cabe o questionamento: crescer em que sentido e vencer o quê?

Convém substituir o verbo “crescer” por “desenvolver”. Pode ser que haja quem cresça na vida, mas não se desenvolve, não aprende a respeitar o semelhante. Pode ser também que haja quem cresça e vença na vida, contudo não tem paz, porque empregou todas as energias para alcançar uma vitória que não tem afeto nem sentido existencial. Ou seja, não se desenvolveu nem evoluiu no crescimento pessoal, no corpo e na alma. Ocupa os primeiros lugares, mas leva vida vazia. É isso o que Jesus critica no Evangelho de hoje.

Ocupar conscientemente os últimos lugares é atitude de humildade verdadeira. A humildade é o mais alto grau da sabedoria. Aliás, a palavra “humildade” tem sua origem na palavra “húmus”, isto é, terra. A mesma raiz da palavra “humano”. A humildade nos dá abertura e nos faz colocar os pés no chão da vida. A arrogância, pelo contrário, nos fecha, nos impede de ampliar a visão das coisas, das pessoas e do mundo. Os humildes estão sempre aprendendo. Os arrogantes e orgulhosos se fecham em si mesmos e em suas ideias fixas ou se afogam tal como Narciso, abraçados à sua própria imagem.

Ostentar, fazer tudo só para aparecer, não combina com a mensagem do Evangelho. Isso Jesus não tolera. Aos discípulos cabe o serviço desinteressado. O Mestre mesmo é o exemplo máximo de generosidade desinteressada: “Apesar de sua condição divina, não fez alarde de ser igual a Deus, mas esvaziou-se de si” (Fl 2,6-7a). O último lugar é a cruz. Ali reside a nossa salvação.

O Evangelho nos convida a sermos portadores de humildade e alegria. Essa riqueza ninguém pode nos tirar. Deus abençoe e ilumine nossos passos nos caminhos da construção de um mundo mais humano para todos.

 Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp


O Domingo

É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.

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