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Bíblia Sagrada - Edição Pastoral
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II. A REFORMA DE ESDRAS

A lei de Javé é a lei do rei -* 1 Anos mais tarde, durante o reinado de Artaxerxes, rei da Pérsia, Esdras partiu da Babilônia. Ele era filho de Saraías, filho de Azarias, filho de Helcias, 2 filho de Selum, filho de Sadoc, filho de Arquitob, 3 filho de Amarias, filho de Azarias, filho de Maraiot, 4 filho de Zaraías, filho de Ozi, filho de Boci, 5 filho de Abisue, filho de Finéias, filho de Eleazar, que era filho do sumo sacerdote Aarão. 6 Esdras era um escriba especialista na lei de Moisés, dada por Javé, o Deus de Israel. A mão de Deus estava com ele e por isso o rei lhe concedeu tudo o que ele pediu. 7 No sétimo ano do reinado de Artaxerxes, voltaram também para Jerusalém muitos israelitas sacerdotes, levitas, cantores, porteiros e doados. 8 Esdras chegou a Jerusalém no quinto mês do sétimo ano do reinado de Artaxerxes. 9 Esdras saiu da Babilônia no dia primeiro do primeiro mês, e chegou a Jerusalém no dia primeiro do quinto mês. A mão bondosa do seu Deus estava sobre ele, 10 porque Esdras se havia dedicado a estudar a Lei de Javé, a fim de praticar e ensinar seus estatutos e normas em Israel.

11 Texto da carta que o rei Artaxerxes entregou ao sacerdote escriba Esdras, especialista nos mandamentos de Javé e nos estatutos que ele deu para Israel:

12 «Artaxerxes, rei dos reis, deseja toda a paz a Esdras, sacerdote e doutor na lei do Deus do céu. 13 Determino que podem ir com você israelitas, incluindo sacerdotes e levitas, que se encontram no meu reino e desejam voltar para Jerusalém. 14 O rei e seus sete conselheiros enviam você para verificar como está sendo cumprida em Judá e Jerusalém a lei do seu Deus, a qual está em suas mãos. 15 E você levará também a prata e o ouro que o rei e seus conselheiros oferecem para o Deus de Israel que mora em Jerusalém, 16 e ainda todo ouro e prata que você receber em toda a província da Babilônia, além dos donativos espontâneos que o povo e os sacerdotes oferecem para o Templo do seu Deus em Jerusalém. 17 Com esse dinheiro, você comprará bezerros, carneiros e cordeiros, bem como as oblações e libações que os acompanham, e os oferecerá no altar do Templo do seu Deus em Jerusalém. 18 E o que sobrar da prata e do ouro, empreguem tudo como você e seus irmãos acharem melhor, de acordo com a vontade do Deus de vocês. 19 Os objetos do culto do Templo de Deus que lhe foram entregues, você os levará de volta para o lugar da presença do seu Deus em Jerusalém. 20 Tudo o mais que for necessário para o Templo do seu Deus, e que ainda ficaria para você arrumar, tudo lhe será fornecido pelo tesouro do rei. 21 Eu mesmo, o rei Artaxerxes, determino a todos os tesoureiros da região do lado ocidental do rio Eufrates: Façam tudo o que lhes pedir o sacerdote Esdras, doutor da lei do Deus do céu, 22 até o limite de três mil e quatrocentos quilos de prata, cem sacos de trigo, cem barris de vinho, cem de azeite e sal à vontade. 23 Façam exatamente tudo o que o Deus do céu ordenar em relação ao seu Templo, para que a ira dele não caia sobre o império deste rei e de seus filhos. 24 Faço também saber que nenhum imposto, tributo ou pedágio deverá ser cobrado dos sacerdotes, levitas, cantores, porteiros, doados, enfim, de todos os que servem no Templo de Deus. 25 Quanto a você, Esdras, de acordo com a sabedoria do seu Deus, a qual você tem nas mãos, nomeie magistrados e juízes, que apliquem a justiça para todo o povo do lado ocidental do rio Eufrates, para todos os que conhecem a lei do seu Deus. E a ensine para os que não a conhecem. 26 Quem não obedecer a lei do seu Deus, que é a lei do rei, será castigado rigorosamente, com morte ou exílio, multa ou prisão».

Um novo êxodo -* 27 Seja bendito Javé, o Deus de nossos antepassados, que abriu o coração do rei para honrar o Templo de Javé em Jerusalém, 28 e que me concedeu o favor do rei, de seus conselheiros e de todas as autoridades militares. Fiquei, assim, cheio de coragem, porque senti que estava comigo a força de Javé, meu Deus. Então reuni alguns chefes de Israel para me acompanhar na viagem.




* 7,1-26: Esdras foi para Jerusalém depois que Neemias reconstruiu a muralha e reorganizou a comunidade judaica (cf. notas em Ne 1-2), provavelmente inspirado na ideologia social dos levitas, conservada na literatura deuteronômica (Dt, Js, Sm, Rs). A ação de Neemias parece não ter agradado aos persas, que temiam pela segurança na fronteira sudoeste, passagem importante para o Egito e a Grécia.

É nesse contexto que devemos avaliar a missão de Esdras. Ele é sacerdote, versado na Lei (Pentateuco). Graças à confiança do soberano persa, ele se torna delegado do rei para reorganizar a comunidade judaica dentro de um esquema religioso centrado apenas no culto. De fato, a missão de Esdras era mais interessante à política persa, pois a comunidade judaica se tornaria independente no campo religioso, mas continuaria politicamente dependente do império (a Lei de Javé é a Lei do rei - v. 26). Essa política assegurava não só a dependência de Judá, mas também a segurança no limite sudoeste do império.



* 7,27-8,36: O texto se apresenta como relato do próprio Esdras. Note-se que a lista coloca em primeiro lugar os sacerdotes, depois os descendentes de Davi e, por fim, os leigos. O Cronista, porém, que é levita, remodelou o texto e acrescentou os versículos 15-20, fazendo os levitas tomarem parte nessa espécie de «êxodo» protegido por Javé (vv. 21-23.31). Desse modo, notamos que o Cronista tem a preocupação de equilibrar o poder sacerdotal, ligado aos dominadores, com a função dos levitas, que representavam os anseios do povo. (Cf. Introdução a Crônicas e a Esdras e Neemias).






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