Vamos dar um F5! | Paulus Editora

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Tecnologia e Pastoral

02/03/2022

Vamos dar um F5!

Por Ednoel Amorim

Certamente, se tecnologias modernas, digitais e recursos de computação não fazem parte do seu cotidiano, isso quer dizer que o título deste artigo não lhe diz absolutamente nada. Consequentemente para que você não leia sem conhecer o significado do comando “F5”, começarei por explicar isso para não criar qualquer empecilho inicial ao objetivo desta breve reflexão.

Pressionar a tecla “F5” do teclado de um computador dispara um comando que realiza uma atualização na tela que está sendo utilizada naquele momento, a tela do navegador da internet, por exemplo. O mesmo acontece quando passamos o dedo de cima para baixo na tela do celular. É a função de atualização sendo executada e lhe apresentando algo diferente. Por isso, além do comando “F5” podemos usar outros recursos para atualizar nosso navegador, nossa visualização de apps etc.; no entanto, o que nos interessa agora é tomarmos consciência de que tudo está constantemente atualizando-se, seja a natureza, seja aquilo que criamos em matéria tecnológica e de outras ordens. Tudo se atualiza, adapta-se, renova-se.

Uma vez tomada ou retomada essa consciência não é possível imaginar que estejamos isentos dessa dinâmica natural, ou seja, nós somos necessitados igualmente dessa atualização. Ao contrário do que acontece com as coisas e demais realidades, nós, seres humanos, de algum modo costumamos resistir às mudanças, pois damos preferência à nossa zona de conforto, além do nosso talento cada vez maior por pensar nas dificuldades e problemas, sem dedicar um segundo sequer para pensar nas soluções.

Algumas mudanças, evidentemente, podem ser danosas, outras são claramente necessárias. Quando falamos de tecnologia somos realmente necessitados de nos adaptarmos às mudanças que estão ocorrendo rapidamente em nossas sociedades, pois, se não criarmos os meios de uma sadia adaptação, a força da mudança que está vindo como uma onda de grande magnitude nos obrigará a fazer um processo de mudança que não será nada agradável. Junto com o processo de mudança existe um processo de seleção. Não é sem motivo que empresas mais atualizadas estão substituindo seus colaboradores paulatinamente, e, é fato, que nem todas as organizações estão comprometidas ou engajadas em preparar seu pessoal para o mercado de trabalho do futuro que já bate às portas.

Nós somos os primeiros a estabelecer os critérios para a nossa permanência ou não no processo, pois, a partir do momento que rejeita a mudança e não se atualiza, está dizendo que quer ficar fora dos avanços que estão sendo realizados à sua volta. Somos chamados a ser protagonistas, porém nem todos conseguem acompanhar e terminarão por serem figurantes de suas próprias histórias.

Aceite o convite. Aperte o “F5”! Aprenda que o mundo não nos espera para avançar. Os processos de seleção para o futuro podem ser extremamente cruéis para quem fica apenas olhando a vida passar.

Os trabalhos que você não quer fazer, fique certo que existirão milhares de pessoas prontas para realizá-los. Os estudos que você desperdiça, esteja certo de que existem milhares de pessoas a estudar neste exato momento, criando pensamento e gerando novas abordagens. A atualização (adaptação) que você se recusa a fazer nos seus costumes, nas ferramentas que utiliza no trabalho, no seu modo de pensar, saiba que existem milhões de pessoas preparadas para lhe substituir. Quem não deseja ficar parado no tempo ou fora do processo próprio deste mundo moderno precisa parar um pouco a automaticidade dos “vícios” – dos costumes, e investir em sua capacitação pessoal. Para fazer isso é necessário ter clareza da meta a ser alcançada (propósito): onde quer chegar? Quem quer ser daqui dois, cinco, (…) dez anos? Quais são os meios, ferramentas e estratégias que irá utilizar para alcançar esses objetivos?

Em outras palavras: para atualizar precisa organizar o seu projeto de vida, sabendo que o projeto de uma vida não pode ser feito com pressa ou amadorismo. De tudo isso depende a sua felicidade, que não se resume apenas a fazer, realizar coisas, criar inovações, mas de ser capaz de se encontrar naquilo que faz, nas pequenas coisas do seu cotidiano, que mesmo não sendo uma grande realização aos olhos do mundo, sejam uma ação que preencha de sentido as suas perspectivas, relações e sonhos. Quer realizar coisas grandes? Quer participar da renovação da vida, da humanidade e de suas realizações? Comece mudando a você mesmo, o que não significa uma negação de quem você é, mas, sim, uma afirmação autêntica das suas potencialidades. Essa tarefa não tem como delegar.

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