A COMPAIXÃO QUE ALIMENTA | Paulus Editora

O Domingo
A COMPAIXÃO QUE ALIMENTA

Jesus tenta se refugiar em lugares desertos e afastados, mas não rejeita os que o procuram. Ao ver aquela multidão de doentes e desorientados, o Mestre se enche de compaixão e busca respostas para tal situação. Na lógica dos discípulos, a solução era despedir a multidão, para que fosse aos povoados providenciar alimento. Jesus propõe outro caminho: envolver os discípulos no problema. Estes, porém, questionam: “Só temos cinco pães e dois peixes”. A partilha desse pouco alimento foi suficiente para alimentar imensa quantidade de pessoas e, por fim, ainda houve sobras.

Jesus, novo Moisés, após a morte de João Batista, recomeça seu itinerário no deserto – periferia mais afastada –, para concluir sua missão em Jerusalém, no confronto com o poder opressor. No deserto se constitui o novo povo de Deus, que sai das cidades para se encontrar com o Mestre, profeta por excelência. O novo maná já não cai do céu, mas brota da partilha do pouco de cada um. Lá no deserto, o povo celebra o banquete com comida farta, fruto da partilha e da solidariedade. Com seu gesto, Jesus mostra que, no centro das atenções, deve estar o povo, e não os discípulos e os apóstolos. Seguindo essa lógica, quanta coisa mudaria nas comunidades cristãs!

Tudo começa com a compaixão. Quando há compaixão, muitos problemas são solucionados, inclusive o da fome, que tanto assola a humanidade e, infelizmente, também o nosso país. O mais grave é que, em vez de vislumbrarmos soluções, vemos as coisas piorando para a grande maioria da população. Multidões famintas e sem perspectivas de vida digna se espalham pelas ruas e avenidas de nossas cidades.

Pelo gesto de Jesus, todos somos responsáveis: autoridades, Igrejas, instituições e a sociedade em geral. Unindo essas forças todas, haveria mais condições para chegarmos a uma solução. Na oração do pai-nosso, dizemos: “o pão nosso de cada dia nos dai hoje”. Deus deseja que todos os seus filhos e filhas tenham pão na mesa, mesmo aqueles que não podem comprá-lo. Condições básicas que possibilitam a vida digna – entre as quais o alimento – são direito de todos.

Pe. Nilo Luza, ssp


O Domingo

É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.

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