Dia 16 – 33° DOMINGO COMUM | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
Dia 16 – 33° DOMINGO COMUM

TALENTOS A SERVIÇO DO REINO

O ano litúrgico aproxima-se do fim. Por isso, a liturgia deste domingo convida-nos a meditar sobre o tema da vigilância. A perseverança na prática do evangelho é o critério decisivo para o julgamento que Cristo, o Senhor do universo, fará quando voltar.

São Paulo, na segunda leitura, fala-nos dessa volta de Jesus. Ele virá seguramente, mas quando e como será ninguém sabe, exceto Deus. Daí a necessidade da vigilância e, ao mesmo tempo, do confiante abandono ao Deus da vida.

Quem só pensa no prazer e no gozo da vida presente, descuidando da vida futura, verá, de repente, cair sobre si a ruína, justamente quando se julgava em “paz e segurança”. Mas os que vivem como verdadeiros “filhos e filhas da luz”, vigiando à espera do Senhor, nada terão a temer. Cada pessoa é chamada a vigiar segundo as qualidades recebidas do Pai.

É verdade que, como cristãos, filhos e filhas de Deus, o nosso destino é o céu, e essa vida futura se prepara aqui na terra. Por isso, Deus, no seu infinito amor, dotou a cada um de qualidades ou talentos, de modo que possamos, com sua graça, alcançar a vida de felicidade eterna, o reino.

A parábola dos talentos convoca-nos à responsabilidade diante de Deus e dos irmãos e irmãs. Os talentos recebidos não podem ser usados de forma egoísta, para atender unicamente os próprios interesses. Esse modo de agir prejudica o projeto do reino e os laços de fraternidade, gerando desequilíbrio, desigualdade e exclusão tanto no âmbito comunitário quanto social e mundial.

O uso injusto e egoísta dos talentos afasta-nos do reino e do ideal cristão. Sabe-se que, numa sociedade marcada pelo egoísmo e pelas desigualdades, os pobres são os que mais sofrem. O ímpeto de superar os desafios mediante ações violentas acaba se voltando contra os fracos. Não por acaso, a população carcerária é formada, em sua maioria, por pobres acusados de violência. Como disse o papa Francisco, “sem igualdade de oportunidades, as várias formas de agressão e de guerra encontrarão um terreno fértil que, mais cedo ou mais tarde, há de provocar a explosão”.

Somos chamados, pois, a empregar os dons recebidos de Deus em favor do reino e dos irmãos e irmãs. Para as pessoas comprometidas com o reino, a melhor maneira de frutificar os dons é pô-los gratuitamente a serviço do próximo e da realização do bem comum.

O uso responsável e consciente dos nossos dons ajuda-nos a participar da construção do reino do amor, da justiça, da paz, da partilha e da igualdade. Permanece vigilante aquele que se dedica à prática do bem e contribui para a alegria do próximo com os talentos recebidos de Deus.

Pe. Gilbert Mika Alemick, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

Assinar