A CRUZ, FONTE DA AUTÊNTICA ALEGRIA
A celebração de hoje convida-nos a contemplar a cruz e a morte de Jesus não só como lugar de sofrimento, mas como fonte de vida, salvação e cura para cada um de nós: “…aquele que for mordido e olhar para ela viverá”(Nm 21,8). A morte de Jesus na cruz revela o amor infinito de Deus para conosco: “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito…” (Jo 3,16).
Jesus passou neste mundo cumprindo o projeto do Pai: curou os doentes, deu de comer aos famintos, ensinou a boa-nova do reino, defendeu os fracos e pobres, denunciou as injustiças… Mas ele foi mal-entendido, mal acolhido por muitos dos seus. Assim foi rejeitado, acusado injustamente e condenado à morte pelas autoridades de sua época.
Mas Jesus não ficou no túmulo: ressuscitou ao terceiro dia. Isto é, depois do seu “esvaziamento total” (cf. Fl 2,7) houve a Páscoa, a vitória da vida sobre a morte. Depois do sofrimento veio a alegria pascal, a ressurreição. A morte de Jesus na cruz trouxe a autêntica alegria ao mundo, e dessa alegria ninguém é excluído.
Hoje em dia há no mundo uma multidão de pessoas que vivem em extrema pobreza, pessoas injustiçadas e excluídas por causa do egoísmo, da indiferença e da crueldade dos detentores do poder político e econômico. Constatamos, com muita dor, que há irmãos e irmãs mantidos num esquema de quase escravidão, pessoas que não têm emprego e salário digno, gente que vive em situação de medo e até desespero, sem a alegria da Páscoa, a alegria de viver.
Esses nossos irmãos e irmãs são, na realidade, vítimas de uma política de exclusão, do individualismo dos governantes e dos grandes deste mundo. Como diz o papa Francisco: “Quando a vida interior se fecha nos próprios interesses, deixa de haver espaço para os outros, já não entram os pobres, não se ouve a voz de Deus…”.
Que esta celebração da Exaltação da Santa Cruz, que nos revela a entrega de Jesus para a salvação da humanidade, em vista de levá-la às alegrias eternas e ao amor sem limites de Deus para conosco, nos incentive a viver e praticar o mandamento do amor, a nos doar para a autêntica alegria dos irmãos e irmãs.
Pe. Gilbert Mika Alemick, ssp
O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.
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