AS BOAS OBRAS QUE PRATICAMOS HOJE | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
AS BOAS OBRAS QUE PRATICAMOS HOJE

Jesus nos apresenta o juízo final em forma de drama. Monta-se um espetáculo grandioso, em que um rei, cercado de anjos, se senta no trono reluzente e reúne as nações de toda a terra, colocando uma parte à sua direita e a outra à sua esquerda. Então começa o julgamento.

Jesus não descreve o juízo final em forma de uma liturgia solene, com cantos a quatro vozes, muito incenso subindo e abundância de paramentos reluzentes, mas escolhe e segue outro caminho. Ele nos surpreende, tratando de coisas muito próximas de nós. Fala do cotidiano, da realidade que nos cerca, dos pobres que nos procuram ou esperam nosso urgente auxílio. Então, cabe a pergunta: seremos julgados sobre o quê?

O Mestre põe diante de nós um elenco de obras de misericórdia, cuja prática é necessária para entrarmos definitivamente no Reino dos céus: “Eu tive fome, sede, estava sem roupa, na cadeia… e você me acudiu”. Trata-se de uma lista consistente de boas ações, mas ela não esgota as exigências. Poderia Jesus ter acrescentado a necessidade de socorrer o vizinho que se levantou triste, diante de uma filha doente, sem dinheiro nem meio de transporte para levá-la ao pronto-socorro. Ou, então, inspirar-nos a ser solidários com a família do outro lado, que teve uma noite péssima porque o filho adolescente chegou de madrugada, drogado e furioso, rebentando os móveis. O que temos feito nessas ocasiões? Qual tem sido nossa atitude diante de fatos graves?

Não precisamos encarar o juízo final como algo pavoroso, que nos faz tremer de medo. Sabemos claramente em que consistem a “prova” e a aprovação para ingressarmos no paraíso. É a realização diária de boas obras em favor dos “irmãos mais pequeninos” do Senhor. O bem que se faz às pessoas necessitadas é feito para Jesus Cristo. E ele, que tem olhar atento para a menor de nossas atitudes, nos recompensará: “Venham, benditos de meu Pai! Recebam por herança o Reino preparado para vocês desde a criação do mundo”. Então, nada de preocupações desnecessárias. Afinal, Jesus é nosso Amigo. Um amigo que valoriza para a eternidade o bem que praticamos hoje, no ambiente em que vivemos. Nada fora de nosso alcance. Nada acima de nossas forças.

Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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