Ecos do Sínodo: a realidade das famílias | Paulus Editora

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Família

26/12/2014

Ecos do Sínodo: a realidade das famílias

Por Suzana Coutinho

Encerrada a Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, com o tema “Os desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização”, em outubro de 2014, o Papa Francisco torna público o documento Relatio Synodi (“o relatório do Sínodo”). Pretendemos conhecer alguns pontos que consideramos relevantes para a nossa reflexão sobre a família.

Os bispos falam das “alegrias, dificuldades e esperanças” das famílias de hoje, um olhar sobre as realidades vivenciadas, com suas complexidades e desafios, mas também com suas “sementes” de esperança. No contexto sociocultural, salientam-se dois pontos, um positivo (maior liberdade de expressão e melhor reconhecimento dos direitos da mulher e das crianças, pelo menos, em algumas regiões do mundo) e o outro negativo (individualismo exasperado, que quebra os vínculos familiares, e as crises da fé, do matrimônio e da família que atingem os católicos).

Entre as “sombras” desta realidade, estão a solidão (de Deus e do Outro) e o sentimento de impotência diante dos modelos socioeconômicos, que esmagam as famílias, gerando pobreza e precariedade do trabalho, desestimulando os jovens a desejarem constituir famílias. Os contextos cultural e religioso também apresentam desafios particulares, como a secularização (que leva a uma fé sem compartilhamento). O aumento no número de uniões sem casamento, de um lado, e de divórcios, do outro, a maternidade ou paternidade assumida sozinha, a violência contra a mulher dentro da família e outros tantos fatores levam à deterioração da vida familiar.

Como responder aos desafios que se impõem às famílias no mundo todo? Qual a palavra da Igreja, iluminada pela Palavra de Deus? Para os bispos, a Igreja sente a necessidade de dizer uma palavra de verdade e de esperança, de propor as grandes interrogações sobre o significado do ser humano, na convicção de que ele vem de Deus. O Sínodo aponta a necessidade de acolher as pessoas “com a sua existência concreta, saber fomentar a sua busca, encorajar o seu desejo de Deus e a sua vontade de se sentir plenamente parte da Igreja, até mesmo em quantos experimentaram a falência ou vivem as situações mais diferentes”. Diante de tantos sofrimentos e angústias e de perguntas sem respostas (e até mesmo da falta de perguntas), a mensagem cristã é a misericórdia e a verdade, que convergem em Cristo.

1 comentário

9/1/2015

João Inocêncio Jr

Enquanto a igreja cristã do velho continente está em queda, ecos de todo o mundo querem mundanizar a igreja, querem destruir por completo sua essência até que se torne uma mera crença em tudo relativizada, daí pede-se para que os grandes pilares sejam derrubados para que se dê origem a uma filosofia que muito se parece com a bestialidade, antes as mulheres jogavam os filhos num "ídolo forno" cujo nome era Moloch, hoje, abortam descaradamente, Antes a idolatria era a regra, hoje, as pessoas amam a Deus, mas não mais do que o carro, às propriedades, à família, e o ideal divino se destrói na proporção em que o materialismo toma o lugar de Deus... espero que esse sínodo não nos traga mais do mesmo... o mesmo que existia, o cristianismo eclipsou, e agora, nossa Fé perde lugares para coisas não tão novas assim. Que este Sínodo seja guiado por Deus e não pelos desejos da carne cujo Espírito enfrenta sem descanso até a hora de nossa morte.