Viver as Bem-aventuranças na Família | Paulus Editora

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Família

29/06/2018

Viver as Bem-aventuranças na Família

Por Suzana Coutinho

Em março de 2018, o Papa Francisco publicou a Exortação Apostólica sobre o chamado à santidade no mundo atual, Alegrai-vos e exultai, iniciando com o texto do Evangelho de Mateus 5,12 e dele retirando a luz para conduzir a reflexão: as bem-aventuranças. Se santidade e felicidade têm o mesmo sentido, diante de tantas promessas de felicidade, fundamentas no ter, no consumo de determinados bens materiais, na identificação com determinados grupos sociais (status) e, muitas vezes, numa busca egoísta de bem-estar pessoal, qual deve ser o caminho da família cristã?

O chamado à santidade é para todos e todas. Foi para Abraão, Sara, Moisés e Gedeão, mas também a nossa “própria mãe, uma avó ou outras pessoas próximas de nós (cf. 2 Tm 1, 5). A sua vida talvez não tenha sido sempre perfeita, mas, mesmo no meio de imperfeições e quedas, continuaram a caminhar e agradaram ao Senhor” (n. 3).

Esse chamado faz ao povo santo, não apenas a indivíduos. A família é parte integrante do povo de Deus e como tal é chamada, não só alguns de seus membros, mas ela toda, a viver a santidade. Porém, cada um percorrerá seu próprio caminho para essa vivência.

E isso pressupõe seguir os passos de Jesus, assumindo sua missão e seu projeto: a construção do Reino de Deus, o que deve modificar os valores que hoje são considerados importantes pela sociedade do consumo. Pois, os valores de Jesus são baseados no Reino de Deus e as bem-aventuranças apontam seu caminho: é feliz quem vive a pobreza, dando espaço para Deus em sua vida; quem vive na mansidão, sem violência; os que choram diante das dores do mundo, e que se consolam em Cristo; os que não aceitam as injustiças, buscando sempre a justiça de Deus e, por isso, vivem a misericórdia e a praticam com os demais; os que mantém seu coração puro, evitando qualquer forma de ódio e os que buscam resolver os conflitos construindo a paz, mesmo sabendo que, por escolher esse caminho, serão perseguidos.

À família cristã que se abre para as bem-aventuranças, como caminho de felicidade, cabe viver e ensinar os valores do Reino, possibilitando que seus membros possam encontrar seu caminho à santidade.

É preciso discernir sobre o que realmente importa em nossas vidas: dinheiro, carreira, prestígio, poder ou serviço, misericórdia, acolhida e perdão? Lembra o papa que o discernimento leva-nos a uma “verdadeira saída de nós mesmos para o mistério de Deus, que nos ajuda a viver a missão para a qual nos chamou a bem dos irmãos” (n. 175).

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