Cidadania, ética, política: o que estamos ensinando? | Paulus Editora

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21/06/2017

Cidadania, ética, política: o que estamos ensinando?

Por Suzana Coutinho

Parece ser o “fim do mundo”: violência, corrupção, desrespeito à vida em todas as suas dimensões. Ser cidadão se apequenou em lições de “jogar o lixo no lugar certo” e a ética, na vida política do país, foi “customizada”: um discurso apropriado para desmerecer o outro, mas não para dirigir os passos e as atitudes de todos. Como família cristã, qual deve ser nossa postura diante deste cenário? Como encontrar sinais de esperança?

É, as notícias não são boas. Não eram boas no tempo de Jesus e seus discípulos. Não foram boas na época dos profetas. Para os hebreus, no Egito, havia mais sinais de morte do que de vida. E o que eles nos ensinam? Primeiro, que a vida vence a morte. Que a libertação é projeto de Deus para seu povo. Que a paz é conquista permanente. Que a cobiça, o egoísmo e a sede pelo poder também são tentações permanentes, por isso, temos que vigiar dia e noite.

Porque são frágeis e pecadoras, a esperança do povo não está nas pessoas, mas no projeto de Deus. E todos os que se colocam no caminho de Deus buscam promover a justiça e a paz para todos. Se nossa esperança está nos projetos humanos, desconectados da vontade de Deus, então, ela é vã e será desmoronada.

Como Moisés e o povo no deserto, é preciso repensar um outro projeto de sociedade, que comece na vida familiar, onde cidadania tenha seu sentido pleno, de participação e, por isso, de responsabilidade com o presente e o futuro de nossas cidades. A política nasceu como exercício coletivo de busca do bem comum.

Os Dez Mandamentos são a grande proposta ética, que revela a vontade do Pai, para as relações familiares, comunitárias e sociais. Jesus os resume: “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo” (Cf. Mt 22, 37-39). Esta é a conduta ética que deveria estar presente na educação que ensinamos e vivemos em família, para que, vocacionados para a vida pública, nossos filhos possam expandi-la para a vivência da cidadania, participando da vida política do país. É preciso ensinar e estimular a vivência de virtudes que coloquem o bem comum acima do bem individual, onde todos possam ganhar com o resultado delas e não apenas alguns.

Os políticos não vieram de nenhum outro mundo. São daqui, de nossas cidades, comunidades e casas. A família tem importante função de construir, já agora, valores que possam formar um novo jeito de se viver a vida pública, na promoção integral da vida plena para todas e todos.

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