Abordagem do texto | Paulus Editora

Colunistas

Educação e Literatura

19/06/2015

Abordagem do texto

Por Alexandre Carvalho

Como já tivemos a oportunidade de falar noutra postagem, a literatura pode ser tornar um instrumento valioso para o processo de aprendizagem e para a sedimentação do conhecimento.

O texto literário tem como função primordial divertir; embora, em seu nascedouro, ele tenha surgido para incutir nos pequenos leitores elementos moralizantes.

Com o passar do tempo, a função moralizante do texto torna-se secundária e a dimensão prazerosa ganha relevância. Por isso mesmo, muitas pessoas ligadas ao ambiente literário questionam como o livro que não é didático (ou paradidático) entra na sala da aula. Esse questionamento se justifica ou se fundamento por causa da repulsa (embora seja uma palavra forte) que muitos jovens (e mesmo adultos) manifestam diante do texto literário. Em geral, as justificativas apontadas são: são textos longos, são textos incompreensíveis, são textos cansativos, são textos inúteis… E o que pode estar por trás dessas afirmações? Como tentar compreendê-las.

Não há aqui certamente resposta fácil e definitiva, mas tentativas de lançar um pouco de luz numa situação envolta em penumbra.

Quando um livro, por exemplo, não diverte pelo simples fato de conter em suas páginas uma narrativa, mas se torna a razão pela qual se estuda para uma prova, é difícil que se desenvolva gosto por esse texto e seus similares. Cria-se, mesmo não sendo essa uma verdade absoluta, condição mental desfavorável diante do texto literário e, com isso, bloqueia-se a possibilidade de se estabelecer uma ligação que produza frutos.  Pais, adultos próximos das crianças e dos jovens e professores podem ser – conscientes ou não – construtores de pontes ou destruidores de vínculos quando o assunto é a abordagem e aproximação do texto literário. Não é verdade? Quando um livro é apresentado em sala de aula com tempo determinado para ser lido, em geral, a leitura não flui para a maioria dos alunos; se elementos formais sobre a composição da narrativa ou do conteúdo do texto foram apresentados, a leitura se torna uma busca por identificar onde aqueles elementos aparecem [no texto]; eventuais perguntas nesse campo tendem a ser abertas, pois tocam o terreno da subjetividade… O que o autor quis dizer… O livro literário deve deixar a sala de aula? O estudo da literatura deve ser banido das escolas? Claro que não! E seria lamentável se isso acontecesse. Contudo, repassar a literatura e o livro literário na escola é possível, mesmo que não seja fácil.

Em nossa próxima postagem, conversaremos sobre o texto e o leitor. Até lá!

nenhum comentário