OS REJEITADOS DE SEMPRE
Depois de ter vivido em torno de trinta anos em Nazaré, Jesus inicia sua missão. Ao retornar à sua terra, não é acolhido com entusiasmo; ao contrário, encontra certa resistência justamente dos seus conterrâneos. No dizer do papa Francisco, naquela periferia do grande império romano “começou a história mais santa e melhor, aquela de Jesus entre os homens”.
No Evangelho de Marcos, esta é a última vez que Jesus entra numa sinagoga. E lá começam a desacreditar suas palavras e a rejeitá-lo, porque ele não tem a formação acadêmica dos doutores da lei. Jesus provoca escândalo por ser pessoa simples, muito humana, sem os títulos e estudos próprios dos sábios. A humanidade de Deus pode chocar. Muitos gostam de pensar num Deus autoritário, todo-poderoso, milagreiro, que recompensa e castiga. Esse Deus, porém, não existe. Jesus nos revela o amor e a humanidade que há em Deus.
Como profeta, Jesus reconhece que dificilmente seria estimado na própria cidade. O verdadeiro profeta é aquele que descobre a vontade de Deus nas situações da vida e nem sempre proclama aquilo que gostaríamos de ouvir. A palavra do profeta é boa-nova, palavra que liberta, que salva e dá esperança. O verdadeiro profeta tem a coragem e a ousadia das mulheres e dos homens do seu tempo, que não esquecem as pessoas mais vulneráveis: os pequenos, os pobres, os desprezados. Com sua palavra, restaura a justiça aos injustiçados, devolve dignidade aos excluídos, proclama alegria aos tristes e esperança aos desanimados.
Acolher um profeta pode desalojar do comodismo e da indiferença. Acolher e escutar Jesus pode acarretar problemas. Os que põem sua segurança na sinagoga e nas suas tradições podem ter sua vivência religiosa e social questionada. “A presença profética de Jesus pode quebrar a tranquilidade da aldeia.” Portanto, Marcos questiona os que se fecham em si mesmos e em seus preconceitos e têm medo de assumir a novidade da mensagem evangélica.
Pe. Nilo Luza, ssp
É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.
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