Aproximando-se o Natal, a liturgia nos propõe o episódio da visita de Maria a Isabel. É um convite para que participemos, em certo sentido, desse encontro marcado pela alegria de duas mulheres maravilhosamente grávidas: uma já idosa e estéril, e a outra jovem e virgem.
O encontro mostra quem é Isabel: mulher humilde que reconhece não ser digna de receber a visita daquela que trazia no ventre o Salvador. Humildade e fé que nos levam a perguntar: “Como podemos merecer que a mãe do Salvador venha, ainda hoje, nos visitar?”
Maria, por sua vez, nas palavras de Isabel, é a mulher bem-aventurada porque acreditou. Porque acreditou, Maria permitiu que Deus agisse nela e, por meio dela, enviasse seu Filho ao mundo. Jesus veio a nós dois mil anos atrás e continua a vir ainda hoje, em cada ação de bondade e de vida. E então nos perguntamos: como estamos permitindo que Jesus nos visite hoje com sua paz, neste mundo marcado por injustiças, ódio e divisões?
O encontro das duas mulheres é também o encontro de dois filhos ainda no ventre materno. Encontro preparado por Deus, santificado pela presença do Espírito Santo, que enche Isabel de alegria. Encontro no qual João Batista, mesmo sem voz, anuncia profeticamente a vinda e a presença de Jesus com um pulo de alegria no ventre de Isabel.
Estamos às portas do Natal, tempo para reconhecer a presença de Deus em nosso meio, revelando-se sobretudo entre as pessoas mais simples, numa idosa que se alegra ou numa jovem que parte pelas montanhas no desejo de um encontro.
O Salvador não nasceu em palácio de rei, não veio a nós em cortejo triunfante, mas encarnou-se na pobreza humana, contando com gente simples como Isabel e Maria de Nazaré. Continuar a missão de Jesus é ajudar a transformar a realidade segundo o plano de Deus, assumindo a fé, a humildade e a simplicidade dessas duas mulheres. A bem-aventurança de Maria é também nossa, quando nos alegramos por encontrar em cada ser humano o rosto do Deus Menino.
Pe. Paulo Bazaglia, ssp
É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.
Assinar