9 de outubro: 28º Domingo do Tempo Comum | Paulus Editora

O Domingo
9 de outubro: 28º Domingo do Tempo Comum

CORAGEM E GRATIDÃO

Qualquer doença de pele era considerada como lepra pelo povo da Bíblia. A lei de Moisés ordenava que as pessoas nessa condição, para não contaminar ninguém, ficassem afastadas do convívio social. Quando curadas, somente os sacerdotes tinham a autoridade para declará-las puras e reintegradas à comunidade. A doença física carregava consigo a dor de ser excluído, de ser considerado impuro, maldito por Deus.

Os dez doentes não se conformaram com a exclusão estabelecida pela lei religiosa: eles tomaram a iniciativa de ir até Jesus e, obedecendo ao mandamento de se manterem distantes, suplicaram por misericórdia. E a resposta de Jesus indica o que se esperava de um rabino que ensinava as coisas de Deus: os doentes de pele deviam apresentar-se ao sacerdote, para que este os declarasse puros. E, se eles se puseram a caminho até o sacerdote, é porque acreditavam que seriam curados, talvez por se considerarem merecedores, por terem observado o mandamento de Jesus.

Diante da cura que, de fato, acontece para os dez, somente o estrangeiro samaritano que volta é quem consegue fazer o caminho completo: caminho de retorno a Jesus, que lhe permite, agora sim, aproximar-se do Mestre para agradecer. Seu encontro com Jesus, portanto, não ficou em algo superficial e distante: ele reconheceu que a cura, mais que resultado de ter obedecido a uma ordem, era puro dom do amor de Deus manifestado em Jesus.

Daí que, se dez foram os curados, apenas o samaritano que voltou para agradecer recebe, de Jesus, a palavra da salvação: “Tua fé te salvou”.

A salvação, portanto, supõe a mesma fé do samaritano curado: fé que faz voltar a Jesus, reconhecendo em sua ação a bondade infinita de Deus; fé que supera e denuncia uma religião legalista, baseada no mérito e na retribuição, e a lógica perversa que separa as pessoas em puras e impuras, abençoadas e malditas; fé que permite construir uma comunidade de discípulos da misericórdia, de gente que quer ser sujeito e transformar as relações; fé de quem não se contenta em ficar distante do Mestre, mas de quem dele se aproxima e passa a se solidarizar com os excluídos.

 Pe. Paulo Bazaglia, ssp


O Domingo

É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.

Assinar