12 de outubro: Nossa Senhora Aparecida | Paulus Editora

O Domingo
12 de outubro: Nossa Senhora Aparecida

JESUS INAUGURA A NOVA HUMANIDADE

O relato evangélico desta solenidade da padroeira do Brasil é muito rico em simbolismos. Portanto, não pode ser tomado ao pé da letra, fazendo uma leitura fundamentalista.

Segundo o evangelista, as bodas em Caná acontecem no sexto dia (três dias depois do terceiro). Isso lembra a narrativa do Gênesis, de acordo com a qual no sexto dia Deus criou a humanidade. Com o primeiro sinal de Jesus numa presumida festa de casamento – símbolo mais expressivo do amor –, nasce a nova humanidade, noiva de Jesus, o verdadeiro e definitivo noivo.

O texto procura mostrar que a “antiga aliança” já não faz muito sentido, está vazia de amor e esperança (não tem vinho) e, portanto, é preciso estabelecer novo rumo e novo sentido. É necessário mudar a água em vinho. O vinho, símbolo do amor de Deus, acolhido e ingerido, penetra no ser humano e permite firmar, sem intermediários, uma relação íntima e pessoal com o Pai.

Ao encher as jarras vazias não com água, mas com vinho, o próprio Jesus é que nos “purifica”, não mais a observância fria da lei. Na nova aliança, já não há necessidade de a pessoa se purificar para se tornar digna de Deus, mas é o próprio Pai que a purifica e a torna digna do seu amor.

Com Jesus, portanto, chegou o momento de substituir a antiga aliança, fundamentada na observância fria e rigorosa da lei, pela nova, baseada no amor e na alegria. A partir de agora, não é mais preciso esperar o merecido amor de Deus: basta acolhê-lo como dom gratuito, pois o Pai não olha tanto os méritos, mas as necessidades.

O relato apresenta personagens anônimas, exceto Jesus. Isso significa que a proposta do autor não se limita apenas ao episódio narrado e às personagens envolvidas, mas é válida aos fiéis de todos os tempos.

Pe. Nilo Luza, ssp


O Domingo

É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.

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