FAZER A VONTADE DO PAI | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
FAZER A VONTADE DO PAI

Jesus apresenta ao grupo daqueles que constituíam as lideranças religiosas do seu tempo – sacerdotes e anciãos – uma parábola em que se identificam duas categorias de pessoas: aquelas que cumprem a vontade de Deus, mesmo que inicialmente tenham se recusado a fazê-lo, e aquelas que, embora tenham dito “sim” a Deus, se afastam de seu compromisso e não honram a palavra dada.

Com essa parábola, Jesus ensina que a essência da vida cristã consiste no compromisso verdadeiro com o projeto que Deus mesmo vem nos revelar, o qual não se resume a palavras ditas ao vento ou, melhor dizendo, a uma religiosidade de ritos e práticas sem influência na vida concreta. Quantas pessoas, mesmo não tendo uma vida religiosa fervorosa em virtude de diversas circunstâncias, vivem práticas de caridade fraterna segundo o espírito cristão!

Jesus nos dá o exemplo de uma vida de doação, pois ele “esvaziou-se de si mesmo”, assumiu a condição humana em toda a sua fragilidade, para estar ao lado dos mais pobres e necessitados – bem-aventurados no Reino de Deus. Assim, todo aquele que se coloca no caminho do discipulado cristão também é chamado a assumir o mesmo compromisso: os valores do Evangelho.

Trata-se de um empenho que envolve toda a pessoa, que é sempre capaz de dizer “sim” ao projeto de Deus, em profunda disponibilidade para a ação do Espírito e para o cuidado com os irmãos e irmãs. As práticas religiosas e devocionais nos ajudam a crescer na fé e estar em comunhão com Deus, mas são as obras, o modo concreto de viver conforme o Evangelho, que revelam o verdadeiro cristão.

Diz a sabedoria popular que não é placa de Igreja que salva. De fato, ao responder à elite religiosa – não somente com a parábola da liturgia de hoje, mas com toda a sua vida, profundamente humana –, Jesus ensina que o caminho da salvação se constrói não com palavras ou práticas religiosas vazias, mas com ações e gestos concretos: justiça, misericórdia, compaixão.

Os verdadeiros seguidores que Jesus espera são aqueles que assumem seu projeto de vida e praticam as obras que ele ensina. Neste grupo não se encontram os “perfeitos” aos olhos do mundo, mas aqueles que são capazes de ouvir a voz do Mestre e trilhar os caminhos por ele indicados. Por isso, nossa prece ecoa a oração do salmista: “Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos…”.

Pe. Silvio Ribas, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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