MANIFESTO DA ALEGRIA
Povo de Deus de todo o mundo, alegrai-vos! Um clima de júbilo se faz sentir em toda parte. O que era trevas se tornará dia. Eis que uma nova realidade se aproxima. É hora de acordar, levantar e acolher a alegria. Lá fora a natureza saúda o sol nascente. Um estado de contentamento envolve todo ser vivente.
A terra seca e o sertão tostado já sentem o cheiro e o frescor das primeiras chuvas. Homens, mulheres e crianças estão nas janelas e alpendres, admirando a chuva que nunca mais tinha vindo. Oh, cheiro bom de terra molhada! Oh, música suave das gotas de chuva na telha! Tudo canta “Deus é bom!”
Logo mais a paisagem cinzenta se transformará em verde intenso. A vida é mais! O arco-íris no alto comprova que o coração humano é terra fértil para a paz. Toda a violência vai sendo banida. A assombração da fome está sendo varrida. Rios, riachos, açudes transbordam. Nos olhos de amêndoa da criança, a doçura de Deus desmonta o muro da prepotência. Oh, ciência divina que amolece o chão duro e escavado, escorre e lava todo pecado!
Ó povo, alegre-se! A terra cheira a fertilidade. No seio da mulher grávida, a esperança renasce. O canto do galo-de-campina, feito prece, anuncia que nenhuma criança viverá em situação de risco. O bem-te-vi é enfático: ninguém mais baterá nos humildes. O sabiá canta, denunciando o cisco do medo. O sapo-boi revela o segredo dos que tramam o mal. “Já vem, já vem, eu escuto o seu sinal”, entoa o apressado rouxinol. Já vem a alegria, e, antes mesmo que ela chegue, o ato de esperá-la contagia o coração de todos.
E num lugar quase nem visto no mapa, as formigas discretamente preparam o caminho: da fartura, da partilha, da solidariedade. Caminhando juntas, proclamam que a vida tem mais sentido quando vivida em comunidade. Juntas e unidas são fortes, podem quebrar os esquemas da exploração e proceder com justiça. Juntas e unidas no caminho, renunciam à violência e respeitam a dignidade de cada membro. Todos são importantes no caminho. No início, no meio e no fim do caminho a liberdade é a meta. Somente os livres são felizes. Por isso o caminho é aberto, é horizonte de amor. Quem persiste nesse horizonte espera atento a chegada do Amor. O Amor bate à porta. Acolhê-lo é ser plenamente feliz. Alegrai-vos no Senhor, alegrai-vos!
Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp
O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.
Assinar