A paz não é apenas um desejo, é uma missão que deve ser assumida por todos os povos | Paulus Editora

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Igreja e Sociedade

23/01/2024

A paz não é apenas um desejo, é uma missão que deve ser assumida por todos os povos

Por Jenniffer Silva

Em 1° de janeiro, celebra-se em todo o mundo o Dia Mundial da Paz. A data, instituída por São Paulo VI no ano de 1968, visa inspirar a paz como augúrio e promessa para cada novo ano civil iniciado.

Há mais de cinco décadas, de forma quase profética, o Santo Padre discorria, ao longo da primeira mensagem dedicada à data, que o momento deve estar no centro das reflexões, não somente das instituições religiosas e católicas, mas de toda a sociedade, realçando a pluralidade de oportunidades para alcançarmos esse fim, a partir da modernidade humana.

“A Igreja católica, com intenção de servir e de dar exemplo, pretende simplesmente lançar a ideia, com a esperança de que ela venha não só a receber o mais amplo consenso no mundo civil, mas que também encontre por toda a parte muitos promotores, há um tempo avisados e audazes, para poderem imprimir ao Dia da Paz, a celebrar-se nas calendas de cada novo ano, carácter sincero e forte, de uma humanidade consciente e liberta dos seus tristes e fatais conflitos bélicos, que quer dar à história do mundo um devir mais feliz, ordenado e civil”, relatou o Papa Paulo VI em sua mensagem.

Ainda buscando inspiração nas palavras de São Paulo VI, é preciso saber que a paz representa fazer “um longo caminho” e que para que este princípio alcance as pessoas de forma universal, é necessário a aplicação de uma pedagogia que eduque as novas gerações “para o respeito mútuo das nações, para a fraternidade dos povos e para a colaboração das pessoas entre si”, completou o Santo Padre.

Ainda no texto, o Pontífice alerta para a veracidade da busca e vivência plena da Paz:

“E impõe-se fazer mais uma advertência: a Paz não pode basear-se numa falsa retórica de palavras, bem aceites, em geral, porque correspondem às profundas e genuínas aspirações dos homens, mas que podem também servir, e infelizmente algumas vezes já serviram; para dissimular o vazio de um verdadeiro espírito e de reais intenções de Paz, quando não até, para encobrir sentimentos e ações de opressão, ou interesses partidários”.

Em uma humanidade tão impactada pelo avanço acelerado das novas tecnologias e da presença cada vez mais comum da inteligência artificial em nossas relações, pensar em um componente que nos une verdadeiramente, é resposta ao santo apelo da Igreja iniciado em 1968, na pessoa de São Paulo VI para que minados de tais recursos, possamos nos dedicar a um único e necessário ideal de promover a paz.

Certamente, a paz não se constrói de forma isolada, por isso, para o ano de 2024, é necessário que assumamos o compromisso com a Cultura de Paz, ressoando nossas atitudes coletivas no bem comum e na felicidade de nossos irmãos, pautados na mensagem inspiradora do precursor desta data:

“É preciso falar sempre de Paz. É preciso ensinar o mundo a amar a Paz, a construí-la e a defendê-la e, contra as premissas de guerra que continuamente renascem (emulações nacionalistas, armamentos, provocações revolucionárias, ódio de raças, espírito de vingança, etc.) e contra as insídias do pacifismo táctico, que narcotiza o adversário que se pretende abater; ou faz gradualmente desaparecer nos espíritos o sentido da justiça, do dever e do sacrifício, é preciso despertar, nos homens do nosso tempo e das gerações vindouras, o sentido e o amor da Paz, fundada, na verdade, na justiça, na liberdade e no amor”, manifestou o São Paulo VI .

São Paulo VI ainda inspira a reflexão de diferentes temas sobre a vocação humana. Na obra “Ensinamentos de São Paulo VI”, assuntos como vocação, valores, esperança, misericórdia e fraternidade são revelados no livro em formato de bolso e repleto de belíssimas ilustrações. Escrito por Felipe Borges dos Santos, o subsídio é formado por mensagens do Santo Padre, e compõe a coleção “Ensinamentos”. Saiba mais sobre a obra.

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