Filêmom é um membro da comunidade de Colossos, convertido pelo próprio Paulo. Filêmom é uma pessoa de bom caráter, elogiado pelo apóstolo por causa de sua fé, seu amor e sua bondade. Provavelmente era casado com Ápia e tinham um filho chamado Arquipo.
Filêmom provavelmente era pessoa importante e de certa situação financeira em Colossos, pois reunia em sua casa uma comunidade e tinha pelo menos um escravo chamado Onésimo (que significa útil). Na prisão, Paulo acolhe o fugitivo Onésimo e o devolve com uma carta a Filêmom recomendando que seja acolhido não mais como escravo, mas como irmão. A lei romana previa vários castigos a um escravo fugitivo.
A Carta a Filêmom é a mais breve de todas as cartas de Paulo, contém somente 25 versículos, e a mais pessoal do apóstolo. Bilhete escrito por Paulo, é uma recomendação a Filêmom em favor de um escravo, Onésimo, que fugiu do seu patrão. A carta é considerada autêntica de Paulo e foi escrita provavelmente em Éfeso, onde Paulo se encontra preso, pelo ano 55 d.C. A carta foi enviada a Colossos através de Tíquico. O escrito de Paulo é um bonito exemplo do amor cristão.
A carta traz o questionamento sobre a escravidão, muito presente naquela época sob o império romano e ainda hoje, de formas diversas, continua. Ela nos coloca diante de nós a atitude fundamental da igreja primitiva perante a escravatura. Na época, a abolição da escravatura era quase impossível. O escravo cristão deve ser visto e tratado como irmão na fé e não como propriedade do seu senhor, como um bem de consumo. A carta fornece elementos que questionam a relação entre escravos e patrões. Com isso, Paulo nos revela que todos têm direito à própria liberdade. A vida comunitária deve superar as divisões e viver a fraternidade entre as pessoas.
O apóstolo, que está preso, propõe novas relações fraternas, começando pela convivência entre patrão e escravo. Este considerado objeto à disposição de seu senhor. Podemos esquematizar a carta da seguinte forma:
1. Saudação inicial (Fm 1-3): Considerando-se prisioneiro de Cristo, Paulo e Timóteo, chamado irmão, escrevem a carta aos destinatários: Filêmom, Ápia, Arquipo e aos cristãos que se reúnem na casa de Filêmom, “igreja doméstica”. A casa era o espaço normal de reuniões das primeiras comunidades cristãs. Paulo chama Filêmom de “querido colaborador”.
2. Reconhecimento de Filêmom (Fm 4-7): Paulo elogia e agradece o amor e a fé de Filêmom. A ação de graças e petição preparam decididamente o assunto ao concentrar-se na fé, no amor e na solidariedade, pois o assunto vai ser tratado à luz da fé. A fé e o amor que enchem o coração de alegria e encorajamento.
3. Apelo em favor de Onésimo (Fm 8-21): Paulo prefere apelar por amor e não pela autoridade que pede a Filêmom em favor de Onésimo, filho espiritual do apóstolo. Com argumentos, Paulo convence que o amor cristão supera as diferenças entre escravos e livres. Filêmom perdeu um escravo, mas ganhou um irmão. O argumento central da carta mostra que o ser humano não deve ser tratado como escravo. Entre irmãos cristãos não deve existir escravos. A pertença a Cristo estabelece entre os membros da comunidade relações de irmãos e irmãs, que são incompatíveis entre senhor e escravo.
4. Considerações finais (Fm 22-25): Esperando sua próxima libertação da prisão, Paulo pede pousada, pois expressa a esperança de que ele próprio vá em breve visitar Filêmom, em Colossos. Envia saudações dos companheiros de prisão.