Viver concretamente o amor matrimonial | Paulus Editora

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29/08/2016

Viver concretamente o amor matrimonial

Por Suzana Coutinho

Nossa apresentação da Exortação Apostólica “A alegria do amor” chega ao quarto capítulo que tem o título “O amor no matrimônio”. Lembra o papa que a palavra amor, muito usada, encontra-se desfigurada. Para reaprender seu sentido, propõe uma leitura da Carta de São Paulo aos Coríntios (13, 4-7).

A concretude do amor pede o exercício da paciência, que não se deixa levar pelos impulsos interiores e evita agredir. Mas, a paciência não aceita a violência. Pelo contrário, na atitude de serviço, o amor beneficia e promove os outros e cura da inveja, pois “no amor, não há lugar para sentir desgosto pelo bem do outro”.

Quem ama evita falar muito de si mesmo e reconhece que o que nos faz grandes é o amor que compreende, cuida, integra, está atento aos fracos. Supõe também a vivência da amabilidade, que gera vínculos e cultiva laços e a gratuidade, pois “é mais próprio da caridade querer amar do que querer ser amado”.

Enquanto a indignação é saudável, quando nos leva a reagir perante uma grave injustiça, é prejudicial, quando tende a impregnar todas as nossas atitudes para com os outros. Ao contrário, o amor pede a vivência do perdão, que procura compreender a fraqueza alheia, e se alegra com o bem do outro.

O amor convive com a imperfeição, desculpa-a e sabe guardar silêncio perante os limites do ser amado. Mas, também, busca viver a confiança, deixando o outro em liberdade, renunciando a controlar tudo. E diante da fraqueza do outro, mantém a esperança de que o outro pode mudar, pois aquela pessoa, com todas as suas fraquezas, é chamada à plenitude do Céu. O amor, por fim, tudo suporta, numa resistência dinâmica e constante, capaz de superar qualquer desafio.

O amor conjugal reúne em si a ternura da amizade e a paixão erótica, embora seja capaz de subsistir mesmo quando os sentimentos e a paixão enfraquecem. O matrimônio é sinal de Deus, mas é humano, imperfeito, por isso, deve ser visto e vivido como um processo dinâmico, que avança gradualmente com a progressiva integração dos dons de Deus.

Ele se transforma com o tempo, por isso, deve-se celebrar cada passo, cada etapa nova da vida do casal, pedindo ao Espírito Santo que derrame o seu fogo sobre esse amor para o fortalecer, orientar e transformar em cada nova situação.

2 comentários

29/8/2016

Elci da Paz Scheffer

Que lindo!!! Tmb penso assim e trabalho no meu íntimo para agir conforme acredito. Obrigado pelo lindo texto

29/8/2016

Marcos Sergio de Souza

Materia mto bem explicada e sintetizada com poucas palavras; paciencia, carinho e liberdade. São sentimentos q sem eles o matrimonio não existirá. Casar não é se tornar escravo um do outro, é respeitar a liberdade individual e convergindo para a felicidade de viver feliz, fazendo outro tbem feliz na mma proporção do amor de DEUS!! Felicidades Suzana!