Título: As cores no mundo de Lúcia
Autor: Jorge Fernando dos Santos
Ilustrações: Denise Nascimento
Coleção: Arteletra
Acabamento: grampeado
Formato: 21 cm x 27,5 cm
Páginas: 48
Áreas de interesse: Língua Portuguesa, Artes e História.

Lúcia é uma variação do nome Luzia, do grego Loukia, feminino de Lúcio, do latim Lucius. Essa palavra, que significa “luminoso ou iluminado” e é derivada de lux, ou luz, serviu de inspiração para o autor, Jorge Fernando dos Santos, criar uma fascinante personagem em seu trabalho, As cores no mundo de Lúcia.

A obra, destinada ao público infantojuvenil, conta a trajetória de Lúcia, menina de aproximadamente 8 anos de idade que adora brincar, além de ser muito inteligente, alegre e carinhosa. Porém ela não pode enxergar, pois sofre de cegueira congênita. No entanto, descobre uma maneira divertida de perceber as cores no mundo à sua volta: ela sabe usar como ninguém a audição, o olfato, o paladar e o tato, sentidos aguçados que lhe permitem superar a deficiência visual.

Jorge Fernando dos Santos conta que a ideia de escrever essa narrativa surgiu a partir de uma experiência de vida. “A primeira vez que pensei nesta história foi quando minha mulher sofreu um descolamento de retina, que resultou na perda de uma vista. Fiquei pensando como seria perceber as cores que nos rodeiam sem, de fato, enxergá-las”.

O autor acrescenta que também levou em conta o fato de as cores serem relativas, já que resultam dos efeitos do Sol sobre a atmosfera da Terra. “Isso significa que em outros planetas elas poderiam ser diferentes. Ou seja, as cores são iguais, mas nós as percebemos de modo diverso devido a fatores atmosféricos. Além disso, considerei que o branco contém todas as cores e o negro seria ausência de cor, sendo assim a cor predominante no universo”, explica.

Aos poucos, Lúcia percebe que o verde pode ser carnudo e levemente aveludado, igual à folha do musgo, ou liso e envernizado como as outras folhas que ela toca no jardim; que o azul é a cor do mar e das piscinas, e que o vermelho, em certas ocasiões ardido como pimenta, é a cor do sangue.

A garota também descobre que a cor da sua pele é a mesma da do céu quando anoitece, pois permite à Lua e às estrelas revelarem sua cor. “E a menina, que muito sabia, não soube explicar a sensação diante da nova descoberta. Finalmente, deduziu que o negro era a única cor que seus olhos podiam ver. Talvez por isso ela tivesse que ter inventado um jeito próprio de desvendar o mistério das cores, já que não era capaz de enxergá-las como a maioria das pessoas.”

Com belíssimas ilustrações e narrada em prosa poética, a história convida o jovem leitor a superar preconceitos, a vencer dificuldades e a refletir sobre a alegria de viver, mesmo com dificuldades e obstáculos. As cores no mundo de Lúcia pertence à coleção Arteletra, que reúne mais de vinte títulos, todos escritos por grandes autores da literatura infantojuvenil, como Lúcia Fidalgo, Maria Lúcia Amaral, Elias José, Tatiana Belinky, Roseana Murray, entre outros.

Jorge Fernando dos Santos nasceu e sempre morou em Belo Horizonte. Escritor, compositor e jornalista, publicou diversos  livros, entre eles Palmeira seca (Prêmio Guimarães Rosa de romance) e O rei da rua, ambos adaptados para minisséries de TV. Lançou pela PAULUS as novelas No clarão das águas, A medalha cigana e Alice no país da natureza, além de ABC da MPB, livro-disco ganhador do selo “Altamente recomendável” da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), em 2006. Teve 10 peças teatrais encenadas e mais de 60 músicas gravadas, a maioria em parceria com outros compositores.

Denise Nascimento é designer, graduada em 1992 pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). Atua também como ilustradora desde 1998. Ilustrou vários livros de literatura infantojuvenil, entre os quais A pedra com o menino, obra de Ronaldo Simões Coelho, que integra o catálogo Patrimônio e Leitura, 2007, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), e também o catálogo da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), para a Feira do Livro de Bolonha, 2007. Recebeu ainda o selo “Altamente recomendável” por essa mesma instituição. Seu trabalho foi exposto na Bienal de Ilustrações de Bratislava 2007, na Eslováquia.