Profetas Bíblicos - Malaquias | Paulus Editora

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Bíblia

06/11/2015

Profetas Bíblicos – Malaquias

Por Nilo Luza

Malaquias encerra o bloco dos livros proféticos, décimo segundo dos profetas menores. Isso não significa que necessariamente seja o último escrito profético. A data do livro é incerta, provavelmente tenha sido escrito pouco antes de 450 a.C. Malaquias significa “meu mensageiro” e, por isso, é visto, por alguns estudiosos, como um escrito anônimo, ou seja, sem autor determinado. Mais do que nome de pessoa, Malaquias pode indicar uma função; nada impede, porém, que ele seja o nome do profeta autor.

O nome Malaquias não ocorre em nenhum outro escrito do Antigo Testamento. O livro é um escrito ambíguo, de várias tendências, por isso mostra que é resultado de diferentes grupos com propostas diferentes.

O livro contém seis discursos ou oráculos e os acréscimos: o título e o epílogo. A mensagem de cada discurso é apresentada em forma de diálogo com o povo ou com os sacerdotes que mantêm o controle do templo.

Os temas dos discursos são diversos: Javé ama Israel, crítica aos sacerdotes, casamentos mistos e divórcios, dia do julgamento… O livro nos ajuda a entrar em contato com a comunidade de Malaquias.

Podemos resumir a mensagem de Malaquias em três assuntos principais: o culto verdadeiro, a vida social e a justiça de Deus.

a) O culto verdadeiro: por insistir no respeito às prescrições relativas aos sacrifícios e ao dízimo, Malaquias foi acusado às vezes de “ritualista”. Para o profeta o templo, o culto e as celebrações são importantes; pois, sem isso, a comunidade se desintegra. O culto, porém, deve ser praticado com fé para que se torne canal da bênção divina.

b) A vida social: o profeta parece criticar a facilidade com que muitos estavam se divorciando e contraindo novas núpcias, principalmente as pessoas da classe alta. Ele questiona os membros que casam e descasam, contraindo matrimônio com estrangeiras, pondo em perigo a continuidade da “raça eleita”. O casamento com mulher estrangeira ameaça destruir a santidade do matrimônio, ainda que seja acompanhado de oferenda a Javé. O culto deveria criar entre os membros da comunidade verdadeira fraternidade, que não pode ser traída.

c) A justiça de Deus: diante da prosperidade dos maus, a comunidade se pergunta se ainda vale ser fiel a Deus. Javé, porém, promete que virá para castigar os injustos enquanto os justos brilharão como o sol. Um dia a justiça de Deus se manifestará, quando todos os infiéis serão julgados. Os fiéis formarão o novo povo eleito. Entretanto, a intervenção de Deus ainda não chegou, ainda é tempo de voltar a ele.

1 comentário

13/10/2018

Evaristo Mendes

Porque que Malaquias foi acusado de ritualista?