Profetas Bíblicos - Jeremias | Paulus Editora

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Bíblia

08/07/2015

Profetas Bíblicos – Jeremias

Por Nilo Luza

O profeta Jeremias nasce por volta de 650 AC, em Anatot, perto de Jerusalém. Exerceu sua missão profética entre 625 e 585. Profetizou durante o período conturbado que viveu Judá, quando foi invadido pelos babilônios. Portanto, ele presenciou a derrocada do Reino do Sul. Seu pai, Helcias, era sacerdote, provavelmente, da descendência de Abiatar, sacerdote de Davi. Mas o profeta não estava ligado às tradições sacerdotais de Jerusalém e provavelmente não exerceu o sacerdócio.

Jeremias é um dos profetas mais conhecidos do clube dos profetas escritores.

Teve vida meio conturbada, por causa de suas denúncias: “ai de mim, minha mãe, pois a senhora me gerou; maldito o dia que nasci”. Tentou fugir à missão, por ser bastante jovem: “não sei falar, porque sou jovem”, mas a palavra de Deus é mais forte e consegue convencê-lo: “seduziste-me, Senhor, e me deixei seduzir”. Javé era sua força. Provavelmente terminou sua vida no Egito.

O livro de Jeremias, segundo maior da Bíblia, assim como muitos outros escritos proféticos, é resultado de longo período de elaboração.

Recebeu os últimos retoques por ocasião da tradução da Bíblia hebraica para o grego, chamada Setenta ou Septuaginta (século 3º AC).  O livro pode ser dividido em seis etapas: 1) 1-25: oráculos contra Israel, Judá e as nações estrangeiras; 2) 26-29: relatos sobre o autor; 3) 30-33: oráculos da restauração ou livro da consolação; 4) 34-45: relatos sobre Judá e Jeremias; 5) 46-51: contra as nações estrangeiras; 6) 52: as profecias realizadas.

O livro do profeta traz uma lista enorme de denúncias: contra os reis, a dinastia de Davi, o templo e o culto, os profetas da corte, os ricos gananciosos, os juízes e tantos outros.

Mas Jeremias propõe também mensagens de esperança para o povo sofredor, ele é um profeta da esperança.

Podemos destacar alguns aspectos do seu projeto: 1) Defesa do direito do povo pobre, oprimido e fraco: “na barra de sua roupa há sangue de pobres inocentes”. 2) Libertação dos escravos no ano sabático: “ao fim de cada sete anos, todos darão liberdade a seu irmão hebreu”. O autor critica os senhores dos escravos. 3) Apelo à conversão, chamando a comunidade ao retorno à aliança: “escutem as palavras desta aliança e ponham tudo em prática”. 4) Proposta de um novo culto, a exemplo de tantos outros profetas. Para o autor, Deus é Javé nossa justiça: “quando tirei do Egito os pais de vocês, não dei ordem nenhuma sobre holocaustos e sacrifícios”. 5) Esperança num futuro rei, descendente de Davi, mas que pratique a justiça, o direito e a sabedoria: “nesse tempo, farei brotar para Davi um broto justo, que exercerá o direito e a justiça na terra”.

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