Pentateuco – Gênesis | Paulus Editora

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Bíblia

10/02/2016

Pentateuco – Gênesis

Por Nilo Luza

O livro do Gênesis é o primeiro livro da Bíblia, mas não o primeiro a ser escrito. Aliás, todo ele é um retalho de tradições de várias épocas. O livro inicia com a palavra hebraica bereshit, que significa no princípio; o grego, por sua vez, a traduziu por gênesis, da qual deriva o nome do livro. A palavra gênesis significa origem, nascimento. Foi assim chamado porque nele encontramos relatos ou narrativas sobre a origem da vida, do mundo e do povo de Israel.

Essas narrativas não são históricas, são antes de tudo reflexões do povo sobre suas origens e a origem das coisas. Seu interesse não é “dar uma explicação científica ou histórica sobre o passado, mas contar o passado para explicar a realidade que se vive no presente”.

Podemos dividir o Gênesis em duas grandes partes: A primeira parte, podemos chamá-la de “as origens” (capítulos 1-11): relata as origens do mundo, da vida e dos diversos povos; apresenta o valor que devemos dar à obra de Deus. A natureza, a vida e a pessoa humana, tudo obra de Deus. A segunda parte (capítulos 12-50) trata da história dos patriarcas e matriarcas, personagens importantes do mundo bíblico. Esta parte pode ser subdividida em três blocos: Abraão e Sara (12-25); Jacó e seus filhos (26-36); José e seus irmãos (37-50).

O Gênesis, assim como os outros livros bíblicos, não foi escrito na época em que as coisas aconteceram. A literatura bíblica não é jornalismo que divulga os fatos quase ao mesmo tempo em que acontecem. Nem propriamente história no sentido moderno, com provação científica. O livro ficou pronto com a forma que o conhecemos hoje lá pelo ano 400 AC.

O livro do Gênesis levou em torno de quinhentos anos para chegar como o conhecemos. Foi elaborado praticamente em três momentos importantes: durante o reinado do rei Salomão (971-931 AC); durante o período entre 800-700 AC; durante o período do exílio na Babilônia e do pós-exílio (585-400 AC). É neste último período que recebeu os últimos acréscimos e retoques.

As histórias e narrativas das famílias, dos clãs e das tribos, gradativamente essas “histórias particulares” foram sendo reelaboradas, agrupadas e costuradas, formando o livro que temos na Bíblia. Por isso, encontramos no livro algumas repetições e até contradições, além do contorno que receberam dos últimos redatores, que são os sacerdotes ligados ao templo de Jerusalém, no período pós-exílico.

3 comentários

14/9/2017

lucian

Eu gostei muito pois o conhecimento da palavra de Deus nunca é demais quanto mais se conhece mas se quer conhecer

31/10/2017

Maria das Graças da Silveira Chaves Moreira

Bem elucidativo. Gostei muito!

16/9/2019

Paulo Ancelmé

Muito boa essa explicação, acaba com muita doutrina baseada em Gênesis como sendo um livro inspirado por Deus, onde não há equívocos.