O SINAL EM CANÁ | Paulus Editora

O Domingo
O SINAL EM CANÁ

Para ajudar nossa meditação, observemos, mais de perto, algumas palavras presentes no Evangelho de hoje.

O vinho. Desde a Antiguidade, o vinho é elemento indispensável nas festas de casamento. Ele representa o amor e a felicidade plena do casal. Mas o vinho também pode se estragar e até faltar, e é isto o que ocorre em Caná: acabou-se o vinho! Em outras palavras, acabou o sentido existencial, não há alegria nem amor.

As seis talhas. O número seis, na Bíblia, evoca a imperfeição, o incompleto. Isso quer dizer que havia uma relação fria, superficial, sem alegria, entre o povo de Israel e seu Deus. As talhas são de pedra e estão vazias. A “pedra”, aqui, lembra as tábuas da Lei, a qual se tornou – por assim dizer – vazia, porque ficou distante de Deus. A incompletude que o “seis” representa e a “pedra” da Lei apontam para uma vivência religiosa sem vínculo com a vida. Na verdade, é como se a vida fosse oca, pautada em mentira e sem coração de carne.

No cenário da festa de Caná, é importante ainda considerar as personagens.

A primeira é a mãe. “Aí estava a mãe de Jesus” (Jo 2,1). É ela que se dá conta da realidade da falta de vinho. São os olhos e o coração maternos capazes de sentir o drama e a tristeza dos filhos. E, dando-se conta, age com ternura.

O chefe da mesa, ao contrário, é a representação dos dirigentes acomodados, guiados por esquemas antiquados e até reacionários. O mundo desabando, e eles não conseguem ler os sinais dos tempos.

Os serventes, por sua vez, são todos aqueles que estão abertos e dispostos a fazer tudo “o que Jesus disser” (Jo 2,5).

Finalmente, a grande personagem: Jesus. Ele restitui a alegria plena.

Diante da crise humanitária que atravessamos, o episódio de Caná nos ensina que também nós fazemos parte do programa ministerial de Jesus. Não há espaço para a indiferença. Jesus nos convida a encher as “talhas” para diminuir a tristeza existente no mundo. Qual é nossa resposta?

Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp


O Domingo

É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.

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