ONDE ESTÁ TEU IRMÃO?
O evangelho, na abertura da Quaresma, trata das três práticas judaicas e cristãs por excelência: a caridade, a oração e o jejum. Cada uma dessas práticas nos põe, respectivamente, diante do próximo, de Deus e de nós mesmos. A Campanha da Fraternidade, todos os anos, propõe-nos um tema a ser estudado e meditado no período da Quaresma. A ênfase normalmente recai sobre a preocupação com o próximo, a qual nos leva a sair do nosso egoísmo e individualismo e pensar naqueles que têm a vida diminuída.
Neste ano, a campanha nos apresenta a realidade do “tráfico humano”. Vejamos o que nos diz o secretário-executivo da CF, Pe. Luiz Carlos:
“O papa Francisco, em 8 de julho de 2013, celebrou missa na ilha de Lampedusa, após mais um naufrágio com migrantes africanos que acalentavam o sonho de melhores condições de vida. Na travessia do Mediterrâneo, acabaram encontrando a morte, destino frequente. Em sua homilia, o papa lembrou que as palavras de Deus a Caim se atualizam em situações de injustiça como essa. O sangue de irmãos e irmãs mortos injustamente clama sem cessar a Deus (cf. Gn 4,10). Diante desses fatos, na percepção da maioria, os culpados são eles próprios, ao se aventurarem, numa viagem perigosa, em embarcações frágeis. O papa lembrou que a maioria das pessoas imersas numa cultura do bem-estar, pensando cada um em si próprio, leva ao descuido para com o outro, à insensibilidade mesmo diante de tragédias que ceifam vidas. Em outras palavras, ninguém se sente responsável pela injustiça que mata nem derrama lágrimas por esses mortos. A maioria parece acometida pela síndrome farisaica daqueles que, na parábola do bom samaritano, passaram ao lado de um moribundo sem cuidarem daquele irmão”.
O tráfico humano é uma das situações que exploram e, muitas vezes, levam à morte. Não podemos ignorar esse fato grave que avilta muitas vidas humanas. Um dia, talvez, sejamos interrogados por Deus com a incômoda pergunta: Onde está teu irmão sofredor e ameaçado de morte?
Pe. Nilo Luza, ssp
É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.
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