29 de setembro – 26º Domingo do Tempo Comum | Paulus Editora

O Domingo
29 de setembro – 26º Domingo do Tempo Comum

MÃOS, PÉS E OLHOS

No Evangelho, Jesus se refere a três membros do nosso corpo: mãos, pés e olhos. Isso faz pensar em quanto nosso corpo é valioso. Aliás, ele é nosso maior presente.

Este corpo que Deus nos deu é uma dádiva, com suas fragilidades e potencialidades. O corpo é verdadeiro meio de comunicação. Como disse certa vez Hermeto Pascoal: “Para mim, tudo é música, e o instrumento mais perfeito é o corpo […]. Meu primeiro som foi no dia em que nasci”.

Sem um corpo vivo, portanto, e outros corpos, não há comunicação. Há conexão. Do corpo não se espera só conexão. Esperam-se vínculos. Nós precisamos de vínculos, dos afetos. O fôlego nosso de cada dia.

A mão é para o afeto, carícias, delicadeza. Com a mão se enxugam as lágrimas de quem enfrenta a tristeza. A mão também é poder, assina ordem e decreto. Com a mão se faz o errado, mas ela foi feita para o certo. Há quem prefira “lavá-las”, feito o gesto de Pilatos. Triste é uma mão omissa, quando a situação pede atos. Atos pela justiça de quem leva a sério os direitos; de quem não vive vasculhando, na vida do outro, defeitos. A mão é para a bênção, nunca para a perdição. Com a mão a gente trabalha e aplaude a união.

O pé é para a missão, na lida de todo dia. O pé suporta o peso do corpo, na tristeza ou na alegria. O pé cansado e ferido, dos irmãos abandonados, neste mundo desumano; são muitos os desterrados. O pé nos recorda a humildade de Cristo, nosso Senhor. Ele nos deu o exemplo de serviço e de amor. Lavar os pés uns dos outros foi a lição que nos deixou.

Os olhos são as janelas, a vida de nossa alma. Eles expressam medo e também revelam a calma. Os olhos são uma beleza, das mais variadas cores. Quando brilham, é paixão; quando choram, são as dores.

Precisamos urgentemente de mais vínculos e menos “seguidores”, de mais abraços e menos “curtidas”. Nos ambientes em que tecemos vínculos, já não somos indivíduos, somos um nó apoiado por outros nós e entrecruzamentos. Nisso consiste a comunhão, a fraternidade, a amizade e a verdadeira comunicação. Quando isso acontecer, não haverá escândalos.

Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp


O Domingo

É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.

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