5 de julho: 14º Domingo do Tempo Comum | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
5 de julho: 14º Domingo do Tempo Comum

JESUS, VÍTIMA DO PRECONCEITO

“Veio ao que era seu, e os seus não o receberam” (Jo 1,11). Foi o que se verificou entre Jesus e seus conterrâneos. Ele foi rejeitado. Os seus não quiseram acreditar nele como o Messias.

O evangelho deste dia apresenta-nos Jesus de volta a Nazaré, o berço da sua infância e juventude. Onde ele tinha os parentes e era bem conhecido. Era de esperar que tudo isso facilitasse seu ministério. Foi, no entanto, ocasião de rejeição. Após o primeiro momento de espanto ante sua sabedoria e seus milagres, os incrédulos nazarenos o repelem: “Não é este o carpinteiro, o filho de Maria? (…) E se escandalizavam dele” (Mc 6,3). Um secreto orgulho, egoísta e mesquinho, impede-os de admitir que um como eles, crescido sob seus olhos, operário pobre, pudesse ser profeta e, além disso, Messias, Filho de Deus. A modéstia, a humildade de Jesus é a pedra de escândalo em que esbarram, fechando-se à fé. E Jesus observa com tristeza: “Um profeta só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e familiares” (Mc 6,4). A incredulidade dos seus inibe-o de operar ali os grandes milagres realizados em outros lugares, porque Deus usa da onipotência só em favor de quem crê. Alguns, porém, provavelmente entre os mais humildes, certamente creram, também em Nazaré, pois nota Marcos: “(…) curou um pequeno número de enfermos, impondo-lhes as mãos” (Mc 6,5). Isso mostra que Jesus está sempre pronto para salvar quem o aceita como salvador.

O evangelho deste domingo nos oferece a sublime lição de reconhecer e valorizar as qualidades e virtudes daqueles que estão próximos de nós, daqueles que vivem conosco. Pois hoje em dia temos a tendência de dar maior valor ao que se passa longe de nossas realidades, de pensar que só os outros são inteligentes, justos, bem organizados, carinhosos, capazes de realizar boas coisas… enquanto tudo que acontece perto de nós é ruim, não vale nada. Quantas vezes desvalorizamos os dons dos nossos irmãos e irmãs da comunidade, só porque conhecemos sua família e sua vida?

Peçamos a Deus a graça de reconhecer e valorizar, sem preconceito, o que os nossos irmãos e irmãs têm de bom, sejam aqueles que convivem conosco, sejam os que vivem longe de nós. E a graça de aceitar, com humildade, os bons serviços que os outros nos prestam, independentemente da situação social deles ou de qualquer outra circunstância.

Pe. Gilbert Mika Alemick, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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